10 prioridades que as empresas de Wealth Management devem considerar em 2015

dez
dubo67, Flickr, Creative Commons

No atual contexto de mercado a palavra “desafios” quase que vem por arrasto quando se fala do futuro de um determinado segmento de negócio. O Wealth Management não é exceção e, para a consultora Mercer, existe não apenas um, mas três desafios para as empresas que atuam nesta área.

Rui Guerra, Partner da Mercer em Portugal, indica que essa tríade de desafios, tem a ver com estratégias que em primeiro lugar, “têm como objectivo melhorar resultados de investimentos num ambiente de baixo-retorno”, em segundo lugar “reduzir o risco” e em terceiro lugar “controlar os custos”. É neste contexto que a empresa de serviços de consultoria na área de investimentos  identifica um top 10 de prioridades, que o Partner da Mercer recomenda que sejam “abordadas pelas empresas de wealth management em 2015” e que se “encontram organizadas de acordo com estes três grandes tipos de desafios.”

Acerca do primeiro desafio que está relacionado com “melhorar resultados de investimentos, melhorar a oferta da empresa”, a Mercer apresenta as primeiras quatro propostas.

1. Posicionar os portfólios para o crescimento num ambiente de baixo-crescimento

Lembrando que as taxas se encontram “perto de níveis mínimos históricos e os Estados Unidos encontram-se há mais de cinco anos com performances elevadas na classe de ações”, indicam que em 2015 os retornos tanto das ações, como nas obrigações ficarão abaixo dos níveis mais recentes. O conselho é concreto: “os wealth managers devem ponderar ir além do tradicional e considerar fundos menos restritivos ou com uma perspetiva de prazos mais alargados”.

2. Determinar se as estratégias de investimento alternativas são apropriadas para um grupo de clientes mais amplo

A este nível a Mercer recomenda um olhar atento sobre os alternativos. “É importante avaliar como os alternativos podem ser integrados na estratégia de investimento dos clientes, de forma a reduzir o risco e aumentar retornos”, dizem, referindo que em “alguns casos, existirão estratégias alternativas “líquidas” que ajudem a ir ao encontro dos objetivos de investimento dos clientes”.

3.  Considerar o investimento socialmente responsável como parte do portfólio

O investimento deve ter em conta que o mundo está a mudar, diz a empresa de consultoria, para quem as “empresas de wealth management têm a oportunidade de distinguir as suas ofertas pela integração de fatores ambientais, sociais e de governance (ASG) no seu processo de investimento e produtos”.

4. Adotar uma estratégia de comunicação tecnológica

Cloud Computing, aplicações, redes sociais e Móveis: todas estas tecnologias estão a transformar a indústria de wealth management. “Comunicação e acesso direto à informação dos portfólios são frequentemente indicados pelos clientes como a sua principal frustração”, diz a Mercer, que entende que as empresas de wealth management podem melhorar – e muito – a satisfação do cliente “gerindo de uma melhor forma custos fixos com a adoção de tecnologia “smart””.

Relativamente à Redução do Risco...

5. Analisar os recursos necessários para gerar valor aos clientes e resolver a questão “construir versus comprar”

“Fazer uma análise das principais competências que concedam uma vantagem competitiva”. É esta a quinta proposta da consultora, que considera que as wealth managers devem “avaliar quais os recursos que são melhor servidos a nível interno versus através de um partner externo, consultor ou outro fornecedor”.

6. Conduzir avaliações de investimento e risco operacional de produtos

Neste sexto ponto é realçada a necessidade de que haja uma “compreensão absoluta dos produtos em que os clientes estão a investir”. Referem que “quando as empresas de wealth management escolhem um gestor de investimento que posteriormente fica aquém do seu benchmark, as perdas são limitadas à diferença entre os resultados atuais e os do benchmark”. Dão como exemplo uma situação específica: “Quando um gestor é selecionado e subsequentemente sofre um problema operacional profundo ou uma fraude, a perda para a empresa e para os seus clientes é muito mais profunda”. Indicam que “poucos wealth managers investem o mesmo cuidado ao nível do due diligence operacional” e que, por isso, “é necessário tomar as medidas certas para proteger a empresa e os seus clientes de falhas operacionais”.

7. Ter cuidado com as avaliações retrospetivas de risco de produtos

Olha exclusivamente para o passado deve ser uma atitude a evitar. “Wealth managers e clientes devem colocar muito mais ênfase no futuro e em indicadores de risco qualitativos para analisar totalmente potenciais resultados. Estes fatores irão tornar-se também cada vez mais críticos no perfil de clientes de risco”, assinalam.

8. Avaliar a ‘governance’ de gestão da empresa

Existem muitos modelos tradicionais de gestão que têm falhado ao nível de proteção dos investidores. “As falhas têm-se dado devido a recursos limitados, tomadas de decisão que não são as mais adequadas ao ambiente de investimento em mudança, ou modelos operacionais pouco eficientes”, recordam.

Ao nível de “Controlar Custos”...

9. Discutir comissões com os clientes e assegurar que eles recebem aquilo por que pagam

Para a consultora é importante perceber o que está por trás dos números das comissões.Alguns clientes preferem investimentos com comissões mais baixas,utilizando produtos que sigam mais os índices; outros sentem-se mais confortáveis com produtos de gestão ativa, com comissões mais elevadas e com maior potencial para alfa”, observam. O “conselho” é conciso: “É importante ajudar os clientes a distinguir entre alfa e beta e reservar as comissões mais elevadas para estratégias com potencial para um alfa mais elevado”.

10. Recordar que as comissões são sempre relevantes

O último conselho é o mais curto e direto: “Avaliar modelos de negócio, serviços, e melhorias que permitam fornecer um serviço e produtos excecionais, ao mesmo tempo que continuam a reduzir o custo para os clientes”.