“2012 foi um bom ano em rendibilidades”

Na equipa de produtos de rendimento fixo da BB DTVM existem 29 colaboradores que fazem gestão de cerca de 200 fundos mãe. Quanto aos fundos mais beneficiados em 2012, André Abreu fala dos fundos pré-fixados, crédito privado e renda fixa índices. As razões para isso, para além da baixa de juros, foi a “melhoria do risco de crédito no Brasil”.

No caso dos fundos renda fixa índices, o principal 'benchmark' é o índice IMA-B que é composto por 15 títulos públicos vinculados à inflação (IPCA) mais juros prefixados. No ano, estes fundos tiveram uma 'performance' de 23,7%, segundo informação da BB DTVM.

“2012 foi um ano bom em rendibilidades, mas devemos alertar os investidores para o risco. São dois conceitos bem diferentes e o investidor tende a olhar só para o primeiro”. Por exemplo, os fundos pré-fixados e renda fixa índice foram beneficiados com o corte da taxa de juros de referência no Brasil e com a inflação, contudo, André Abreu recorda que são fundos mais arriscados. É o caso do BB Previdenciário RF IDKA 20 Títulos Públicos, voltado para investidores institucionais e “previdenciários” que apresenta uma carteira de um único título (NTN-B) com vencimento em 2050, razão pela qual, qualquer variação que influencie este título, terá um grande impacto na rendibilidade do fundo. Para a equipa liderada por André Abreu, este é um fundo pequeno, com património líquido de 14 milhões de reais. Lançado em Agosto de 2012, apresentou ao longo do ano passado um retorno alto (11,3% desde seu lançamento) quando comparado com as taxas de juros. Porém apresenta um nível de risco elevado, ou seja, é “para quem tem estômago forte”, nas palavras do gestor. Os fundos previdenciários têm, normalmente, um segmento de cliente muito específico, os Institutos de Previdência dos Municípios e Estados da Federação.

“Os fundos de crédito privado também são interessantes no actual contexto de juros baixos e inflação controlada. O BB TOP Renda Fixa Moderado, com património líquido de 28,3 mil milhões de reais e uma rendibilidade a doze meses de 9,01%. Este fundo possui cerca de 40% do seu património líquido investido em títulos privados. André Abreu diz que este fundo teve uma boa rendibilidade com os juros anteriormente praticados e que ainda é uma boa opção para 2013.

Por último, o gestor executivo da BBDTVM diz que a taxa de juros actual de 7,25% é "um mar nunca antes navegado" e há uma tendência de queda que, na sua opinião, vai permanecer em 2013.