No relatório e contas da entidade, referente ao ano passado, há espaço para justificar alguma perda de tração nos fundos de investimento, mas também é relevado o reposicionamento da oferta com vista ao futuro.
É com uma visão de "copo meio cheio" que a BPI Gestão de Activos reflete sobre a sua caminhada no ano de 2018. Sem novidades, descrevem que a entidade registou em “2018 um decréscimo de ativos sob gestão devido essencialmente a resgates e desvalorização generalizada dos fundos durante o ano”. No entanto, o contraponto é feito relativamente ao aumento das subscrições numa categoria em específico: a de fundos de diversificação, em específico nos fundos BPI Moderado e BPI Dinâmico.
Em termos globais, o relatório dá conta de 10.524 milhões de euros de ativos geridos pela sociedade no término de 2018. No âmbito dos fundos de investimento mobiliário, a quota de mercado da entidade situou-se nos 24,5%, enquanto que o resultado líquido da sociedade gestora se cifrou nos 6,3 milhões de euros no ano que passou. No que diz respeito exclusivamente aos fundos mobiliários sob gestão da BPI GA, 2018 trouxe à gama da entidade um decréscimo de 13%.
Como visível na tabela acima, a evolução do montante sob gestão da BPI Gestão de Activos foi negativa em praticamente toda a linha nos fundos mobiliários, com exceção feita à categoria Diversificação que contrariou a tendência com um crescimento de 2% no ano.
O foco da entidade, contam também, ganhou desde 2014 uma nova expressão. Desde essa altura que a atividade da sociedade se “tem focalizado nas soluções diversificadas de investimento (sob a forma de FIM, PPR ou Seguros unit linked) e nos produtos de nicho onde existe um evidente valor acrescentado na gestão”.
Reorganização da oferta e das comissões de gestão
Nos destaques em termos de novidades que a entidade reporta, sublinham, por exemplo, o ajuste nas comissões de gestão dos fundos BPI Liquidez e Monetário. “Esta alteração teve como objetivo proteger os participantes dos fundos dado o atual momento de mercado de taxas negativas no mercado monetário na zona euro”. Fulcral também é a mudança protagonizada em 2018 que teve em consideração a recente alteração regulamentar ao regime dos fundos de investimento mobiliário PPR decorrente da Portaria n.º 176/2018 de 20 de junho”. Nesse sentido, a BPI GA decidiu “transformar os fundos PPRs de Organismos de Investimento Alternativo (OIAs) em Organismos de Investimento Colectivo em Valores Mobiliários (OICVMs)”. Aproveitando essa oportunidade, salientam, foram alteradas as suas denominações de BPI Reforma Segura PPR para BPI Reforma Obrigações PPR/OICVM; BPI Reforma Investimento PPR para BPI Reforma Investimentos PPR/OICVM; BPI Reforma Acções PPR para BPI Reforma Valorização PPR/OICVM.
Por fim, da entidade destacam ainda que “em dezembro foram eliminadas as comissões de desempenho dos Fundos BPI África e BPI Ibéria”.
No detalhe proporcionado pelo anexo às demonstrações financeiras, é ainda possível inferir sobre a evolução do comissionamento recebido pela entidade nos diferentes segmentos. Nos fundos mobiliários as comissões recebidas não variaram de um ano para o outro: mantiveram-se no patamar dos 25 milhões de euros. Situação semelhante aconteceu ainda nos fundos e carteiras geridos pela BPI Vida e Pensões: as comissões recebidas não variaram, e continuaram na ordem dos 2,4 milhões de euros.
Gestão de patrimónios
Dentro do segmento de gestão de patrimónios, a entidade passa em revista, no mesmo documento, a evolução de vários segmentos. Começando pelos seguros de capitalização, a entidade reporta um ano praticamente semelhante ao anterior: “a componente de seguros gerida pela BPI Gestão de Activos permaneceu praticamente inalterada face ao ano anterior, o que se traduziu num montante sob gestão de 4.081 milhões de euros”, escrevem.
Nos fundos de pensões, por sua vez, a evolução decorreu em sentido oposto. O documento aponta para um volume gerido de 2.460 milhões de euros, valor inferior em 4% face ao ano anterior.
Nos clientes da gestão discricionária, por sua vez, os ativos sob gestão decresceram 11,5% face ao ano anterior. Como visível na tabela abaixo, 191 milhões de euros pertencem a clientes institucionais, enquanto que 55 milhões são pertencentes a clientes private banking.