2023 trouxe mais 191 carteiras sob gestão ao segmento de gestão individual de ativos

fundos de investimento estrangeiros Portugal

Como habitual nesta altura do ano, a CMVM lança mais um Relatório sobre os Mercados de Valores Mobiliários, desta feita sobre o ano de 2023. Nas conclusões referentes à gestão de ativos, há alguns pontos a destacar, nomeadamente a estabilidade no valor médio das carteiras da gestão individual, mas também o crescimento no número de carteiras geridas dentro deste segmento.

Estabilidade é, de facto, a palavra referida quando o assunto é o valor médio das carteiras de gestão individual de ativos, ou na gíria, as carteiras referentes à gestão de patrimónios. Segundo o regulador, no final de 2023 o valor médio destas cifrou-se em 3,1 milhões de euros, mantendo-se "relativamente estável face a 2022". No entanto, mais 191 carteiras sob gestão foram contabilizadas, totalizando 11.032 carteiras no final de 2023.

Dívida pública continua predominante

Olhando para a desagregação abaixo representada, verifica-se que a dívida pública continua a ser o ativo de maior peso nas carteiras de gestão individual. O investimento em valores mobiliários cotados nacionais (excluindo unidades de participação em OIC) cresceu 51,6% em 2023, concentrando-se, predominantemente, em dívida pública (97% do total dos valores mobiliários nacionais); as aplicações em ações e dívida privada nacionais permaneceram, como em anos anteriores, quase residuais. Já no caso dos valores mobiliários cotados fora de Portugal (excluindo unidades de participação), na sua larga maioria títulos de dívida cotados (soberana e privada), verificou-se uma variação de -8,7%, face a 2022.

Duração modificada aumenta

O investimento em valores mobiliários cotados em Portugal, representou 45,3% (+12 p.p. face a 2022) do total investido. Por outro lado, os quatro principais mercados internacionais (Alemanha, Espanha, Luxemburgo e França), diz a CMVM, "viram o seu peso combinado contrair em 23 p.p. (representando 19,2% do total em 2023)".

No que toca à duração modificada dos instrumentos de dívida nas carteiras administradas, "uma medida de sensibilidade do preço das obrigações a variações das taxas de juro", é reportado que esta aumentou significativamente face a 2022, passando para 6,5 anos. Um valor que, além disso, se situa muito acima da média dos últimos 5 anos (4,8 anos). A CMVM justifica que "o aumento da duração modificada em 2023 ficou a dever-se essencialmente ao segmento de dívida pública, que em março de 2023, cresceu de forma significativa devido a uma operação específica por parte de uma entidade gestora".