Embora em termos gerais a alocação se tenha mantido relativamente estável, o comportamento do mercado no ano refletiu-se em algumas rubricas.
Um característica que define a alocação de ativos de um fundos de pensões é, tipicamente, a estabilidade. Uma alocação orientada para o longo-prazo pauta-se por uma abordagem pouco sensível à conjuntura ou a momentos de stress do mercado. E isso é perfeitamente visível no agregado das carteiras dos fundos de pensões durante o ano de 2018.

No caso dos fundos pensões abertos, as obrigações mantêm-se como a classe de ativos preponderante representando 69% das carteiras (investimento direto e indireto). No entanto, ao longo do ano observámos uma quebra de quase quatro pontos percentuais no peso desta classe de ativos por investimento direto, compensada ligeiramente por uma subida na exposição por via de fundos de investimento. Embora se verifique uma variação muito marcada, no último trimestre do ano, nas posições em investimento direto em ações (-15,5%) e fundos de investimento de ações e obrigações (-6,3% e -6,1%, respetivamente), é de realçar a subida significativa da posição média em liquidez, que pesava 5,1% no total das carteiras no final de 2017 e passou a representar 9,8% no final de 2018.

Entre os fundos de pensões fechados, a orientação para o longo prazo é ainda mais destacada, especialmente no que se refere ao posicionamento numa classe de ativos muito ilíquida como é o caso do imobiliário. O investimento direto em imobiliário representa 9,1% da carteira no fecho do ano, enquanto que via fundos imobiliários, representa 4,6%. Por outro lado, o as obrigações pesam menos no agregado das carteiras do que no caso dos fundos abertos (55,2%), e as ações pesam significativamente mais (21,3%). A exposição a esta última classe de ativos é canalizada principalmente por via de fundos de investimento (14,7%). A quebra verificada do investimento direto em ações ao longo do ano resultou especialmente da rubrica ações nacionais.