Os fundos de pensões nacionais têm um claro viés para o investimento em obrigações, contudo, a decisão de veicular ou não o investimento através de OIC e a alocação a imobiliários mostram uma dispersão grande entre entidades gestoras.
Com base nos dados divulgados pela APFIPP, relativos ao final do mês de setembro de 2019, podemos observar que o montante de ativos sob gestão das entidades gestoras de fundos de pensões nacionais atingia os 20,55 mil milhões de euros. Também com dados da APFIPP podemos observar como se configura a alocação de ativos dos fundos de pensões nacionais, discriminada por entidade gestora de fundos de pensões e por classe de ativos.


Nestes dados está patente o elevado peso médio da alocação a obrigações das carteiras dos fundos de pensões, atingindo, em média, os 59,6%, quando somadas todas as categorias de obrigações e fundos mobiliários de obrigações.
Muito cima deste valor médio estão entidades como a BBVA Fundos, com 82,2%, a Futuro, com 73,5%, e a Victoria Seguros com 72,2%. A alocação das entidades a obrigações varia entre os 51,2% da SGF e o valor alocado pela BBVA Fundos.
Por seu lado, o peso das ações nas carteiras dos fundos de pensões varia entre os 13,7% da BBVA Fundos e os 27,5% da Ocidental Pensões. O Valor médio situa-se nos 20,7%.
Já em termos das entidades que dão preferência a veículos de terceiros para canalizar a sua alocação de ativos encontramos uma maior dispersão de valores. Se a GNB SGFP dá uma clara preferência ao investimento direto, seguida da CGD Pensões, a Victoria Seguros e a SGF, com 82,3% e 66,5% dos ativos alocados a fundos de investimento, mostram uma abordagem oposta. Excluindo fundos imobiliários, vemos que é a CGD Pensões que menos aloca a fundos de investimento (17,7%).
Em termos absolutos, é a Ocidental Pensões que agrega o maior montante em fundos de investimento não imobiliários (2,02 mil milhões de euros), seguida da BPI Vida e Pensões e da CGD Pensões. O montante total alocado a fundos de investimento, excluindo imobiliários, atinge os 5,73 mil milhões de euros.
Já o peso do investimento em imóveis mostra uma dispersão igualmente relevante. Se algumas entidades gestoras apresentam uma alocação quase nula ao segmento, outras, como é o caso da CGD Pensões e a Santander Pensões, superam os 14% de alocação. A primeira privilegia o investimento direto e a segunda o indireto, para a exposição a esta classe de ativos.


A Funds People tem vindo ao longo das últimas semanas a fazer o trabalho de análise dos fundos mobiliários presentes nos maiores fundos de pensões nacionais. Poderá consultar já os trabalhos relativos aos fundos de pensões da CGD Pensões, do BPI Ações, BPI Valorização,PPR 5 Estrelas e Horizonte Valorização. Veja também na revista 29, de Novembro e Dezembro de 2019, os fundos mobiliários mais presentes entre os 10 maiores fundos de pensões nacionais.