Analisamos a evolução média da alocação dos fundos perfilados mais agressivos ao longo dos últimos meses. Que classes de ativos e geografias terão preferido?
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Os últimos meses têm sido marcados por um aumento de volatilidade nos mercados. Volatilidade essa motivada – principalmente – pelas dúvidas em relação a quando efetivamente se iniciaria o tapering, os constrangimentos nas cadeias de abastecimento, e as preocupações crescentes com o aumento da inflação.
Por outro lado, “tanto nos Estados Unidos como na Europa, os resultados das empresas mostram valores positivos e excedem as expectativas de ambos os investidores, impulsionando de momento os principais índices acionistas”, comentam os gestores do Smart Invest PPR/OICVM Dinâmico na mais recente ficha mensal do produto.
Mas de que forma estes acontecimentos influenciaram a alocação dos fundos perfilados agressivos nacionais desde a última vez que analisámos a alocação (abril de 2021)? Utilizando a habitual distribuição dos fundos pelas três categorias de risco e com base em dados da Morningstar Direct, de outubro de 2021, analisamos a evolução média da alocação destes fundos com maior ponderação de ações ao longo destes últimos meses.
Alocação por categoria global
De facto, desde abril que os gestores dos fundos perfilados agressivos têm, em média, aumentado a alocação a ações, fixando o valor médio de exposição nos 68,96%. O movimento contrário foi sentido pelo segmento obrigacionista uma vez que a alocação a esta classe de ativos diminui 2,33 pontos percentuais.
Ricardo Líbano, gestor do IMGA Alocação Dinâmica, referia na mais recente ficha mensal do produto que “os segmentos obrigacionistas foram penalizados com a subida das taxas de juro e o alargamento dos spreads de crédito, tendo os mercados acionistas valorizado com os bons resultados do 3.º trimestre”.
Face à incerteza crescente nos mercados nestes últimos meses, também a alocação a liquidez aumentou consideravelmente desde abril deste ano, nomeadamente, 2,07 pontos percentuais. Na verdade, foi no mês de agosto que se registou o valor mais alto desde janeiro de 2020 (8,29%).
Alocação acionista por região
Ao analisarmos o gráfico referente à alocação geográfica da componente acionista podemos concluir que, desde abril, foi a Europa desenvolvida a região preferida dos gestores dos fundos perfilados agressivos. A exposição a esta região aumentou 1,26 p.p., fixando-se agora nos 23,24%. Não obstante, a região americana continua a ser a região com maior percentagem de alocação, verificando 28,75%.
Relativamente à região asiática, “devido à incerteza sobre a China, com alguma regulação e intervenção governamental, as empresas de luxo, consumo emergente e matérias-primas foram penalizadas em agosto”, indica Fátima Só na ficha mensal do NB Dinâmico. Face a estes acontecimentos, a exposição a esta região também diminui, ainda que ligeiramente.
Alocação da componente obrigacionista
No segmento obrigacionista, as “novas evidências de pressões inflacionistas na economia mundial pressionaram as obrigações soberanas, de países desenvolvidos e emergentes, bem como crédito high yield”, indica Cristina Rodriguez Iza, na mais recente ficha mensal do Santander Select Dinâmico. Neste contexto, a profissional específica que a gestão do fundo "aumentou significativamente a duration" e o “peso em investment grade global”. “Por fim, diversificaram a posição em crédito high yield e dívida emergente”, afirma.
Tal como podemos observar no gráfico, a alocação a obrigações corporativas foi a que experimentou uma alteração maior face à última análise. Concretamente, esta classe de ativos registou uma descida de 15,30% das carteiras médias em abril para 13,82% em outubro.
Relativamente às geografias, foi a Europa desenvolvida que registou maior variação negativa (3,41 pontos percentuais). A América do Norte, por outro lado, registou uma subida e consta agora com um valor superior a 8%.
Apesar do caso da Evergrande não se registaram significativas alterações na região asiática.