Voltámos a analisar a alocação histórica dos fundos perfilados defensivos. As obrigações corporativas e as ações estão em destaque.
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Em 2023, relembrámos e atualizámos a lista de fundos perfilados e o seu peso na indústria nacional. Na altura vimos que a lista de perfilados defensivos era composta por 15 fundos, dos quais quatro são PPR/OICVM. Lista essa que se mantém atual. Com base em dados da Morningstar, a final de abril de 2024, analisamos uma vez mais a evolução média da alocação dos 15 fundos que compõem este universo em 20241.
Ações e obrigações
Num período de esperança e otimismo nos mercados é comum uma aproximação ao mercado de ações, tal como podemos ver no gráfico abaixo, a partir de meados do ano anterior. A tendência geral é de redução da alocação a instrumentos de liquidez, e aumento do investimento em ações, com as obrigações a manterem níveis consideravelmente elevados. Na ficha mensal de maio do GNB Conservador, gerido por João Zorro, o gestor repercute o que vemos no gráfico: "O fundo tem tido uma política de investimento focada no rendimento da dívida corporativa, na exposição a ações a níveis próximos dos limites da política de investimento, e uma duração abaixo dos benchmarks".
Fonte: Morningstar Direct. Dados a 30 de Abril de 2024
Dívida Corporativa em alta
As obrigações corporativas continuam a crescer. Na análise que fizemos há dois anos, víamos que esta categoria de obrigações aumentava a sua representação na carteira dos perfilados defensivos em 5 a 10% face a 2020. A tendência mantém-se, e os valores aproximam-se agora dos 50% da carteira de obrigações, enquanto a alocação a títulos de liquidez, dentro desta componente, diminuiu substancialmente.
Olhando para o futuro, Luís Andrade, gestor do fundo IMGA Alocação Defensiva, da IM Gestão de Ativos, referia na ficha mensal de maio, fim do período em análise, que o fundo estava "posicionado para beneficiar do relaxamento das políticas monetárias restritivas. Contudo, a resiliência da inflação, um enquadramento macro mais positivo e a forte necessidade de financiamento dos governos devem continuar a adicionar volatilidade às taxas de juro".
Fonte: Morningstar Direct. Dados a 30 de Abril de 2024
Tendências subtis
Geograficamente, no que concerne às ações, é difícil traçar uma tendência ao longo do período, com o único destaque a ir para a América do Norte, que parece ter recuperado um pouco o seu espaço ao longo do segundo semestre de 2023, após uma leve descida no início do ano. Essa descida foi acompanhada de uma alocação do capital dos fundos perfilados defensivos para a Europa desenvolvida.
Na ficha mensal de abril do BPI Moderado, gerido pela BPI Gestão de Ativos e com Rating FundsPeople em 2024, o gestor menciona que "durante este período, os indicadores de inflação acima do esperado, conjugados com a resiliência da economia dos EUA evidenciada pelos dados de crescimento do primeiro trimestre, levaram os investidores a reavaliar em baixa as expectativas de cortes de taxas por partes dos principais Bancos Centrais".
Fonte: Morningstar Direct. Dados a 30 de Abril de 2024