A gestão de ativos europeia já é uma indústria de 25 biliões de euros

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Ludmila Tavares, Flickr, Creative Commons

A indústria da gestão de ativos na Europa já conta com nove anos de crescimento, os seis últimos de forma ininterrupta. Após superar em 2012 o património anterior à crise, o ano passado voltou a fechar em níveis record. Segundo o último relatório da Associação Europeia de Fundos e Gestão de Ativos (EFAMA), em 2017 os ativos sob gestão na Europa cresceram para os 25,2 biliões de euros. Isto é, para um rácio de 147% em relação ao PIB da Europa.

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O bom comportamento tanto das obrigações como das ações desde 2011 abriu o caminho para o crescimento dos ativos”, explica o relatório. Também o fluxo de novo capital para fundos e mandatos de gestão discricionária tiveram influência, uma vez que os investidores recuperaram a confiança nos mercados financeiros.

Dito isto, o negócio europeu continua a estar muito concentrado. O Reino Unido é o grande mercado (35,4%), seguido da França e Alemanha, e juntos os três equivalem a mais de 62% dos ativos sob gestão no final de 2016.

Onde existe sim diversidade é no estilo de gestão destes ativos. Os mandatos de gestão discricionária representavam 48,1% dos ativos sob gestão no final de 2016, enquanto os fundos de investimento representaram 51,9%. Em Portugal, por outro lado, os mandatos de gestão discricionária representam uma parte significativa da gestão de ativos, ocupando o primeiro lugar do gráfico abaixo.

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Como é compreensível, os investidores institucionais (fundos de pensões, seguradoras, etc.) correspondem à maior percentagem de ativos, mas são menos numerosos. Estes, por sua vez, tendem a optar mais pela gestão discricionária, em grande parte, devido ao potencial de personalização que oferecem aos clientes. Em contrapartida, o investidor retail tende mais para os fundos de investimento.

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Em relação à alocação de ativos, o cenário evoluiu significativamente desde a crise. Mas o grande vencedor da seca nas obrigações não é a bolsa, mas sim os ativos alternativos. Valoriza-se uma forte queda do peso da liquidez e dos instrumentos monetários e um auge de “outros” ativos, como o imobiliário, os hedge funds, produtos estruturados ou o capital de risco. Apesar de cerca de 10% em 2009, o final de 2016 dominava mais de 20% das carteiras.

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Posto isto, as obrigações continuam a ser o investimento por excelência das carteiras europeias; representam 41% dos ativos de gestoras europeias. Da EFAMA encontram três razões: que as obrigações continuam a ser o refúgio para preservar capital e gerar receitas; o impacto de Solvency II, que favorecem as obrigações face às ações; e o crescimento da exigência de emissões corporativas em resposta ao apetite por rentabilidades.