A indústria uniu-se para criar um protocolo comum de supervisão da distribuição a nível mundial

exame, lápis
flickr

A indústria de fundos estabeleceu um novo padrão na cooperação mundial. No acordo impulsionado pelo setor, distribuidores, gestoras e organismos uniram-se para emitir um protocolo comum de supervisão da distribuição.

Nos últimos anos, os reguladores melhoraram a sua supervisão dos serviços de terceiros, incluindo os canais de distribuição de fundos, mediante a governance dos produtos da MiFID II e as disposições relativas aos mercados destinatários. Os organismos nacionais de regulamentação aumentaram as suas práticas de supervisão mediante circulares recentes do Banco Central da Irlanda e do organismo de regulamentação financeira do Luxemburgo (CSSF).

Para cumprir as suas obrigações de supervisão, as gestoras de fundos utilizaram diversas abordagens ao incorporar novos distribuidores e rever as suas atividades de forma contínua. Em consequência, os distribuidores receberam múltiplos questionários de due diligence (DDQ), muitas vezes contraditórios, e pedidos de informação para satisfazer os requisitos regulamentares. Perante um volume imensurável de pedidos de respostas a diferentes séries de perguntas, os distribuidores costumavam dar respostas padrão, que muitas vezes não chegavam a satisfazer as necessidades.

A solução: procurar uma abordagem equilibrada na indústria

Em reconhecimento desta questão, em março de 2019, ICI Global dirigiu um grupo de trabalho encarregue de elaborar um único questionário de due dilligence. Formado para assegurar uma verdadeira participação de todos os setores da indústria, o grupo inclui representantes de intermediários financeiros (distribuidores e plataformas), muitas gestoras e representantes de destacados órgãos de fundos da União Europeia.

Entre os participantes estavam representantes de distribuidores, entre eles Morgan Stanley, UBS, Allfunds e Julius Baer, assim como mais de 30 gestoras de fundos, e representantes de vários órgãos, entre eles a Associação Europeia de Fundos e Gestão de Ativos (EFAMA), a Associação da Indústria de Fundos do Luxemburgo (ALFI), a Associação Irlandesa de Fundos, a Associação de Investimentos (IA), a Associação Francesa de Gestão de Ativos (AFG) e a Associação Italiana de Gestão de Investimentos (Assogestioni).

O grupo de trabalho adotou uma estrutura de copresidência para refletir uma representação equilibrada entre os distribuidores e os gestores de fundos, na qual a Allfunds representava a parte da distribuição e a Wellington Management a visão das gestoras. Após muitas deliberações sobre as diversas práticas de distribuição, o grupo de trabalho publicou um questionário uniforme de due dilligence. Este questionário está agora à disposição do público para qualquer gestor ou distribuidor de fundos e serve de norma para os fundos UCITS e de gestão alternativa na realização tanto da incorporação como da supervisão contínua dos canais de distribuição.

“Os distribuidores vão ver neste novo plano como uma valiosa ferramenta que lhes permitirá poupar tempo. Ajudará a racionalizar o nosso trabalho com as gestoras de fundos, tanto com as que estamos a trabalhar como com as que já temos relações. Espero que este questionário seja um grande sucesso, amplamente adotado não só na Europa mas também para os UCITS e FIA distribuídos por todo o mundo”, afirma Marta Oñoro, diretora de Assessoria Jurídica na Allfunds.