A necessidade de os fundos imobiliários estarem à frente da legislação sobre sustentabilidade

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Créditos: Blake Wheeler (Unsplah)

Barreiras à implementação de medidas de sustentabilidade no setor imobiliário. É o nome de uma reflexão levada a cabo pela Sonae Sierra, num documento onde exploram vários pontos sobre a classe de ativos, e a sua relação com a sustentabilidade

No documento pode ler-se que “as provas que sustentam os benefícios financeiros de investir em edifícios sustentáveis estão a fazer a diferença para alguns investidores, motivados pelos prémios de arrendamento e pela ocupação estável dos ativos sustentáveis”.

O impulso do risco

No capítulo que dedicam aos investidores e à sustentabilidade, a entidade escreve que “cada vez mais fundos veem a sustentabilidade como parte integrante do mercado imobiliário comercial, em parte motivados pela dinâmica do risco”. Citando investigações já realizadas, a entidade destaca que “quanto mais elevado o índice de sustentabilidade de um edifício, maior é o prémio de arrendamento e mais elevados são os preços das transações”.

Fundos imobiliários à frente da legislação

A morosidade dos processos regulamentares podem constituir um risco neste âmbito. A entidade acredita mesmo que as “políticas governamentais podem ser um risco no longo prazo”, por esse motivo.

No estudo, a Sonae Sierra realça mesmo que “os fundos imobiliários devem estar à frente da legislação ou enfrentar um potencial reinvestimento considerável nas carteiras de ativos”. Como sublinham, muitas vezes as políticas governamentais relativas à sustentabilidade “relacionam-se com a medição e divulgação das emissões de carbono e outras métricas (sustentáveis) dos edifícios”. No documento salientam mesmo que o cumprimento dos padrões ambientais estabelecidos pelos regulamentos governamentais será positivo para os investidores. Poderão, por exemplo, “arriscar reduzir os perfis de retorno dos ativos existentes até, por exemplo, o desempenho energético melhorar”.

Incentivos

A Sonae Sierra, nesta reflexão, aponta também a importância dos incentivos. Recorda que para a maior parte do mercado imobiliário, “os estímulos necessários para a implementação eficaz da construção ecológica ainda não estão em vigor”.

Deste modo, acreditam que podem ser necessários “incentivos fiscais ou medidas mais explícitas por parte do setor financeiro para incentivar os gestores de fundos imobiliários a escolher ativos mais eficiente”.