A opção ESG do Jupiter Dynamic Bond

Ariel Bezalel. Jupiter AM
Ariel Bezalel. Créditos: Cedida (Jupiter AM)

O gestor do Jupiter Dynamic Bond, um dos 15 fundos com Rating FundsPeople+ em Portugal por cumprir os três critérios que o compõem, sentiu que seria importante dar aos seus clientes opções. Mais especificamente, a opção de investir num fundo que se suporta nas suas comprovadas capacidades de gestão, mas que é classificado como artigo 8º da SFDR. Tem, portanto, um maior compromisso com um papel mais ativo no caminho que a sociedade mostra querer fazer no sentido de emissões neutras nas próximas décadas. “Sentimos que era a coisa certa a fazer, ajudar as empresas na transição para o net zero”, introduz Ariel Bezalel numa entrevista à FundsPeople.

O Jupiter Dynamic Bond ESG é o veículo que canaliza a visão mais verde da equipa de Ariel Bezalel, muito embora o seu irmão mais velho já fosse consciente da relevância dos fatores ESG. “O G de ESG sempre foi uma parte muito importante do nosso processo de investimento. E a interação e contacto direto com as empresas também. Agora, a componente social e ambiental ganhou uma nova relevância e dois campos adicionais onde interagimos no sentido de garantir que governos e empresas estão no bom caminho. Mantendo um engagement regular e monitorizando indicadores regularmente, temos a capacidade de colocar muita pressão sobre as empresas”, explica o gestor. Os mais de oito mil milhões de euros na versão europeia do fundo original e os mais de quatro na versão britânica, conferem poder e influência à equipa de Ariel Bezalel. “Se os nossos fundos agregam 10% da emissão de uma empresa, essa empresa devia ouvir-nos”, exclama. 

Excluindo alguns setores mais controversos que não fazem de todo parte da carteira, o objetivo do fundo não passa por investir apenas nas empresas ou países melhor posicionados em termos ESG. “Investimos se o emitente estiver no caminho correto. Se com o passar do tempo não virmos esse caminho a ser feito, o nosso fundo ESG vai desinvestir na posição”. Isto é válido para empresas, tal como para emitentes soberanos. Como explica o gestor da Jupiter AM, se sentirem que “um país está a deteriorar-se em termos de indicadores de liberdade ou igualdade, por exemplo”, desinvestem, exclama. 

Quão diferentes são os fundos?

O mais interessante de ver é que os fundos não são muito diferentes”, diz o gestor. Segundo indica, a yield é semelhante em ambos, o que se consegue capturando um pouco mais de rendimento no segmento high yield da carteira. “A duration é semelhante, perfil de maturidades também, spread duration também… Temos algumas diferenças setoriais, como é natural. Algumas empresas de jogo e energia e um par de emitentes soberanos que encaixam na versão tradicional no fundo e não na versão ESG. Cerca de 15% não se reflete nesta nova versão do fundo”, explica. Contudo, e considerando o caminho que a regulação está a seguir, o gestor vê os dois fundos a aproximarem-se significativamente no longo prazo. 

Desafios na implementação

“A quantidade de recursos que precisamos é muito significativa”, expõe Ariel Bezalel. Ter os sistemas adequados, um enquadramento proprietário de análise soberana - “que levou muito tempo a implementar” - e a quantidade de recursos humanos necessários e que se foram construindo ao longo do tempo, foram alguns dos principais desafios na implementação desta estratégia

Com estes desafios a ficarem no passado, o processo de investimento da equipa inclui agora, a cada duas semanas uma reunião de comité liderada por Anna Karim, diretora de Investimento ESG na entidade gestora, onde se debatem propostas de investimento e se tenta perceber se encaixam na versão ESG. “A quantidade de tempo e esforço necessário para garantir que fazemos um bom trabalho é enorme”, termina Ariel Bezalel.