A parceria da Optimize e da Lisbon Family Office em dois novos fundos nacionais

Pedro Lino e Francisco Carneiro. Créditos: Vítor Duarte

“Um leopardo é um animal muito esperto e com uma estratégia diferente da dos outros predadores. Além disso, é muito bonito e raro. Não é mais do mesmo”, comenta Francisco Carneiro, partner da sociedade consultora para investimento Lisbon Family Office, numa aparente introdução a uma conversa sobre a vida natural. Mas não! Leopardo é, na verdade, o nome que foi dado ao PPR/OICVM que é lançado oficialmente esta segunda-feira pela Optimize Investment Partners, com Francisco Carneiro como consultor, o Optimize LFO PPR/OICVM Leopardo. Simultaneamente com a mesma estratégia de investimento é também lançado um fundo mobiliário, que segue a mesma filosofia, embora num formato não PPR, acessível a investidores institucionais: o Optimize LFO Rise US Equities. Como acontece com o leopardo no mundo animal, estas são estratégias com uma abordagem diferente e única no mercado nacional. 

“Trazer alguma disrupção ao mercado nacional”

Mas antes de entrar nos detalhes, o porquê desta parceria. “Depois de 30 anos no BPI constituí a minha empresa de consultoria para investimento, com alguns clientes de grande dimensão. O meu trabalho de consultoria, focado na gestão de carteiras de ações, tem corrido muito bem e cheguei a um ponto em que considerei que deveria disponibilizar um produto que estivesse acessível a clientes mais de menor dimensão. Para isso, foi preciso escolher um parceiro. Depois de falar com diversas casas de fundos, a Optimize surgiu como a entidade com a estrutura, solidez e pessoas que preenchiam os meus requisitos. Acredito que escolhi os melhores”, exclama Francisco Carneiro. 

Já para Pedro Lino, CEO da Optimize Investment Partners, não houve dúvidas: o partner da LFO era o parceiro adequado para o lançamento destas estratégias de investimento mais agressivas que aumentam ainda mais a amplitude da oferta da entidade gestora  - relembramos que foi também lançado este setembro o Optimize Disruption Fund. “Achámos que fazia falta no mercado português estratégias como estas. As instituições financeiras e as outras entidades gestoras oferecem produtos de ações muito tradicionais, mais ou menos balizados pelos índices de referência. Estas fogem a este cariz tradicional. Permitem que as carteiras se afastem dos índices e em consequência ter a ambição de obter retornos mais significativos. Para nós, tornou-se óbvio que a parceria com uma pessoa como o Francisco, com a sua experiência, track record e credibilidade, colmataria essa lacuna”, diz Pedro Lino. “Vai ser bom trazer alguma disrupção ao mercado nacional”, complementa. 

“A ideia é investir em empresas, nada mais”

Ambos os fundos partem com um enfoque em ações, embora o PPR/OICVM se apresente com uma maior flexibilidade na política de investimentos, podendo oscilar entre 0 e 100% em ações (o Rise US equities tem uma exposição permanente a ações entre 85% e 90%). Contudo, é da opinião das duas partes envolvidas que as ações são a classe de ativos que melhor potencial tem para remunerar o investidor no atual contexto de mercado e compensar a perda progressiva do valor do dinheiro.

“O edifício é diferente nos dois fundos, mas os tijolos que o compõem são os mesmos”, introduz Francisco Carneiro sobre o processo. “A ideia é investir em empresas, nada mais. Empresas listadas no mercado norte-americano, desconhecidas e pequenas, e vendê-las quando elas forem conhecidas e famosas”. Mais concretamente, são fundos para perfis com maior horizonte de investimento ou maior tolerância ao risco, mas com elevado potencial, que investem em empresas que estão fora do radar até que se tornem mais mainstream. 

O objetivo é aproveitar o potencial de empresas como a Tesla ou a Domino’s, que vão introduzir alguma disrupção nos modelos de negócio dos seus respetivos setores e que hão-de ser, um dia, as próximas Microsoft ou Amazon”, explica Pedro Lino. “A ideia dos fundos é funcionarem como incubadoras de novas empresas que merecem a nossa atenção e que se traduziram, potencialmente, em valorizações significativas”, complementa. 

“If you want a better future, invest in the future”

Numa fase inicial, são cerca de 30 as empresas que compõem a carteira dos fundos. Empresas com liquidez no mercado, mas uma capitalização de mercado reduzida (sem hard limit) que serão mantidas até que muitos mais investidores tenham consciência da sua existência. Um nível de diversificação que permite, segundo Francisco Carneiro, dar o tempo necessário para que cada ideia veja o seu valor materializar-se e multiplicar-se. “Há muitas ações cujo valor duplica ou triplica todos os anos”, comenta. “As empresas que entram na nossa carteira são empresas que ajudam a resolver algum dos problemas que há no mundo. Empresas que são agora o que foi a Amazon ou a eBay há 20 anos”. 

Exatamente por isso, o lema da estratégia é: If you want a better future, invest in the future. “Investir no Leopardo e no Rise é investir no futuro. Investir em empresas maduras pode funcionar mas não é investir no futuro é investir no presente. Nós investimos no que para nós vai ser o futuro,” explica Francisco Carneiro. E a cereja no topo do bolo, para o consultor, é quando estas empresas têm as suas equipas de administração fortemente investidas na própria empresa. 

Os melhores exemplos desta filosofia são, segundo Francisco Carneiro, a The Joint Corp e a Charles River Laboratories. A primeira, é apelidada por Francisco Carneiro de “Uber da quiropraxia”. É uma empresa que democratiza o acesso a tratamentos de quiroprática, sem marcação e a preços mais acessíveis, com um modelo de negócio focado na eficiência e rotatividade na prestação de serviços. A segunda, uma empresa que fornece animais para research médico. Se aparentemente é um modelo de negócio questionável num mundo focado na sustentabilidade a verdade é que “tratam os animais com cuidados e de uma forma mais humana do que qualquer concorrente”, diz Francisco Carneiro. A Charles River Laboratories foi recentemente incorporada no S&P500 e isso traduziu-se na desejada materialização de valor.

O processo de seleção dos ativos e construção das carteiras dá-se em comité de investimento, com as seleções de Francisco Carneiro a serem validadas e aprovadas pelos restantes membros do comité. A última palavra é da Optimize.

Ambos os fundos vão estar disponíveis em três classes, com investimento mínimo e custos distintos, a começar nos 1.000 euros. A classe mais barata é disponibilizada pela Optimize a partir de 1.000 euros (com acesso a reforços) até final de outubro. “Por via da natureza potencialmente mais volátil, optámos por definir para estas estratégias uma comissão de resgate de 1% em períodos até um ano, que é revertida para o fundo, simplesmente para evitar que se faça trading e que se prejudique os restantes participantes”, conclui Pedro Lino.