"Acreditamos que os investimentos com perspetiva de longo prazo no Brasil devem fazer parte de qualquer carteira"

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Alex Cavalcante, Flickr, Creative Commons

A categoria de fundos chilenos que investem em ações no Brasil é aquela que mais perde desde do início do ano de acordo com a Morningstar e publicado na Funds People Latam. A queda é de 4% no ano, perdendo apenas para os fundos que investem em commodities agrícolas (-5,27%) e nas carteiras de ações que investem na Turquia (-6,18%). Nos fundos sobre o Brasil apenas o Nevasa conseguer evitar as perdas no ano. O Brz Brazilian Equitites valoriza quase 3% até ao dia 5 de novembro. Já o fundo LarrainVial Brasil e o Santander Ações Brasil são os que perdem mais com quedas de -5,09 e -4,61%, respetivamente.

Mesmo com estes resultados, o Itaú Asset Management acredita que os investidores devem considerar o Brasil na sua formação de carteiras, especialmente se o seu investimento é de longo prazo. “Acreditamos que os investimentos com perspetiva de longo prazo no Brasil devem fazer parte de qualquer carteira de investimento global” afirma Tatiana Grecco do Itaú Asset Management. “Estimamos que o Brasil vai retomar a sua trajetória de crescimento em níveis mais elevados do que aquele que foi observados nos últimos anos”.

Pontos a considerar
No que toca à economia a especialista em conversa com a Funds People Latam observa que “o aperto monetário em curso terá efeito sobre a taxa de inflação o que irá reduzir o impacto sobre o poder de compra dos consumidores brasileiros. Portanto esperamos que a confiança dos indivíduos seja retomada”. A própria normalização da política monetária dos EUA poderá amplificar  a melhoria de competitividade do país para gerar uma depreciação da moeda brasileira em relação ao dólar dos EUA, principalmente.

No entanto, Tatiana Grecco reconhece que não são imunes à volatilidade de curto prazo. Por um lado, a especialista faz uma breve menção aos aspetos internos, tais como o processo eleitoral a ter lugar no segundo semestre de 2014. Além disso, também há uma especial atenção para as consequências que se podem gerar em relação à política monetária dos EUA. “A realocação de capital global observada recentemente pode intensificar-se quando a FED iniciar, efetivamente, a redução das medidas de estimulo económico. Esperamos que isto ocorra nos próximos meses, mas de uma forma mais suave do que tem sido hábito. A normalização da política monetária continua a ser o centro das atenções e espera-se que comece a diminuir  na compra de títulos governamentais e empresarias da FED e que isso seja feito num ambiente de forward guidance mais agressivo”.