Analisamos a correlação nos últimos três anos entre estratégias de investimento e o benchmark.
A correlação é uma variável fundamental na altura de selecionar um fundo de investimento e compor uma carteira. Ainda que a sua importância se mantenha em qualquer contexto de mercado, na atual situação de crise e incerteza a sua importância adquire uma dimensão maior: qual é a correlação entre diferentes ativos e estratégias com os índices de referência e outros produtos semelhantes?
A sua interpretação, portanto, não é simples nem uniforme e depende do objetivo que se pretende atingir com a incorporação de um determinado produto ou estratégia na carteira.
No caso de um fundo de ações globais, é interessante ver a correlação que tem, tanto com o mercado como com a concorrência.
No gráfico seguinte, mostramos os dados de correlação a três anos e em euros do desempenho dos fundos com Selo FundsPeople 2020 de maior património. (Fonte: Morningstar Direct a 30 de abril de 2020)
(Clique na imagem para ampliar)

Como é observável, os fundos apresentados têm elevados níveis de correlação entre si, o que expectável tendo em conta que partilham o mesmo universo de investimento (ações globais de grande capitalização). De todo o conjunto, os fundos Fidelity World e Goldman Sachs Global CORE apresentam a maior correlação entre si, situando-se nos 0.98; do lado outro oposto, a menor correlação verifica-se entre os dois fundos da Morgan Stanley Investment Funds, o Global Opportunity Fund e o Global Brands Fund (0.81).
Mostramos também a correlação a três anos dos fundos selecionados, em euros, com o índice global de ações MSCI World (NR EUR):
Novamente, e sem muita surpresa, a correlação do conjunto de fundos com este índice de referência é elevado, sendo que a maioria dos fundos apresenta correlações muito perto de 1. Contudo, abre-se uma exceção de novo para os fundos da Morgan Stanley, que por sua vez apresentam os valores mais baixos de correlação com índice (mas ainda assim elevados), o que pode ficar a deve-se uma maior active share da carteira dos fundos face ao benchmark, ou uma orientação mais temática na seleção de títulos.