Várias vezes já foi reportado que uma parte significativa das carteiras dos fundos de pensões portugueses se encontram alocadas a títulos de rendimento fixo. Aliás, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) alertou recentemente para os riscos que advêm da concentração das carteiras num numero reduzido de emitentes, sendo que frequentemente falamos de dívida pública nacional e de outros países da Europa.
No recém publicado Relatório do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões de 2020, a ASF analisa as carteiras de investimentos deste segmento de poupança para a reforma e divulga a evolução histórica da alocação das carteiras dos diversos segmentos de fundos de pensões (fechados, abertos, PPR, PPA)
As conclusões? Primeiro, e como referido, o peso dos títulos de dívida. No entanto, deixam também claro o peso relevante das unidades de participação em fundos de investimento mobiliário. É esta última, a rubrica que “denota maior reforço de representatividade numa perspetiva de evolução histórica, a cinco anos”, como está patente no relatório.
Por tipologia de fundo
No entanto, a distribuição da alocação de ativos é bastante díspar entre as diferentes tipologias de fundos de pensões.
Primeiramente, o maior segmento, o dos fundos de pensões fechados, é aquele que tem menor alocação a fundos de investimento. Por outro lado, é o que acumula maior volume alocado a imobiliário direto, uma rubrica quase ou totalmente irrelevante nas restantes tipologias, bem como a fundos de investimento imobiliário.
Os fundos de pensões PPR, por seu lado são os que mais alocam a fundos de investimento mobiliário. Praticamente metade da carteira de investimentos é canalizada para estes veículos.
Em termos absolutos, foram os fundos fechados que mais viram crescer a alocação a fundos de investimento, enquanto que em termos relativos, foram os fundos PPR que lideraram (+ de 9 pontos percentuais).