Medidas protecionistas dificultam mercados emergentes

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LendingMemo, Flickr, Creative Commons

António Dias, gestor da IM Gestão de Ativos e Ricardo Santos, gestor da GNB Gestão de Ativos, comentam sobre os mercados emergentes e o seu comportamento no mês de março de 2018. O gestor da IM Gestão de Ativos afirma que a administração do presidente dos Estados Unidos “teve impacto nos mercados emergentes ao longo do mês”. O mesmo acredita, Ricardo Santos, uma vez que diz que o passado mês foi particularmente difícil, devido ao “surgimento de medidas protecionistas por parte dos EUA”.

Relativamente ao desempenho regional, o destaque positivo foi para a América Latina, segundo António Dias, que “desvalorizou 1.6%, com a Colômbia e o México contribuírem de forma mais significativa, o último na expectativa que o diferendo com os Estados Unidos em torno da renegociação do tratado comercial NAFTA seja resolvido em breve”.

Afirma, ainda, que do ponto de vista cambial se registou uma valorização do Peso mexicano e colombiano, em contraste com a desvalorização da Lira turca e o do Rublo russo.

No entanto, existem algumas divergências de opiniões dos dois gestores, face ao que mais prejudicou e ajudou os respetivos fundos. António Dias afirma que aquilo que mais ajudou o fundo foi a posição detida num "fundo de mercados fronteira que obteve retorno significativamente superior aos mercados emergentes”, enquanto Ricardo Santos afirma que foi a “exposição ao setor farmacêutico chinês e o bom desempenho da Samsung”. Por outro lado, o gestor da IMGA declara que aquilo que mais prejudicou o fundo foi a “alocação geográfica da seleção de fundos geridos por terceiros, caracterizada pela sobre exposição aos mercados mais dependentes da China”, talvez em virtude da má performance das empresas de “tecnologia chinesas, contagiadas pela hostilidade da administração americana face aos investimentos chineses nos EUA” destacada pelo gestor da GNB como factor negativo no mês.