As categorias de fundos que impulsionaram as captações a cinco anos

Os últimos cinco anos trouxeram mais de 7,6 mil milhões de euros em novo investimento para o universo de fundos portugueses ou geridos a partir de Portugal. É um volume de captações impressionante e que associado ao efeito de mercado permitiu que a indústria duplicasse de tamanho entre 2016 e 2021, como demonstrámos na compilação das entidades gestoras que mais captaram a cinco anos.

Vimos também que apesar de várias entidades gestoras terem gamas de fundos próprias no Luxemburgo ou serem advisors de fundos aí domiciliados, esta geografia teve um peso relativamente reduzido no sucesso da indústria nos últimos cinco anos. As captações líquidas nesta geografia representam menos de 2% do total e duas entidades são responsáveis pela quase totalidade das mesmas.

As categorias

O que nos propomos agora é a desagregar as captações neste período por categoria global de fundos e perceber quais foram as abordagens ou classes de ativos que mais contribuíram para o crescimento da indústria.

Relembramos que estes cálculos e categorização de fundos têm como origem os dados disponibilizados pela Morningstar Direct. Esta base de dados considera apenas os fundos em operação à data de análise e as categorias poderão não refletir a 100% o caráter de investimento de alguns fundos, especialmente quando nos referimos a fundos PPR (tipicamente categorizados como allocation).

O grosso do volume captado em cinco anos marca a tendência de crescimento do universo de fundos multiativos e/ou perfilados no mercado nacional. A categoria de allocation captou mais de 6,19 mil milhões de euros em novo investimento ou mais de 80% do total. Nesta categoria, a Caixa Gestão de Ativos e a Santander Asset Management surgem destacadas das demais pelo volume de captações.

A segunda é a categoria de equity. Cerca de 17% do total de captações líquidas em cinco anos tiveram como origem fundos que investem nesta classe de ativos. Mais uma vez, a Caixa Gestão de Ativos surge destacada. Mais de três quartos do total de captações em equity aconteceram em fundos da entidade gestora, nomeadamente através do maior fundo de ações nacional, o Caixa Ações líderes Globais (com selo FundsPeople pelas classificações de Blockbuster e Consistente).

Em sentido contrário, a categoria de money markets foi aquela que mais sofreu a cinco anos. Como um todo e excluindo produtos liquidados ou reconvertidos no período em análise, os dados da Morningstar mostram uma perda de 237 milhões de euros.

Na tabela abaixo encontra-se desagregado o universo de captações por categoria e entidade gestora.