As estratégias de obrigações recomendadas pelos selecionadores nacionais de fundos para 2025

Que tipo de estratégias de fundos de obrigações procuram para incorporar nas carteiras num contexto de menores rentabilidades neste tipo de ativo?

Num ambiente de menores rentabilidades, privilegiamos estratégias que combinem flexibilidade e diversificação. Procuramos fundos com exposição global e capacidade para navegar entre diferentes regiões e subclasses de ativos, de forma a mitigar os desafios atuais. Damos preferência a fundos focados em obrigações de qualidade creditícia superior (investment grade), com destaque para setores defensivos e instrumentos indexados à inflação. No segmento de high yield, favorecemos estratégias que evitam exposição a setores mais voláteis, como o financeiro, e que utilizem uma abordagem de duração curta e/ou média para controlar a volatilidade.

As decisões de alocação enquadram-se numa análise top down da visão macroeconómica da dinâmica das taxas de juro e do spread de crédito por parte do comité de investimentos.

Em quais se centram em produtos indexados e em quais optam por gestão ativa?

A escolha entre produtos indexados, como ETF, e gestão ativa é ditada pela eficiência do mercado em questão e pelo tipo de alocação pretendida. Em mercados altamente eficientes, como obrigações soberanas de economias desenvolvidas, optamos por produtos indexados pela sua relação custo-benefício e previsibilidade. Já em segmentos como mercados emergentes, crédito high yield e fundos globais de alocação flexível, damos prioridade à gestão ativa, onde gestores experientes podem gerar valor adicional ao explorar ineficiências e oportunidades específicas, mantendo um perfil de risco controlado.

Que rácios e caraterísticas deve um fundo de obrigações ter para ser incluído na carteira neste momento?

Privilegiamos fundos que apresentem, de forma sistemática e consistente, uma performance ajustada ao risco atrativa e superior aos produtos indexados. Além disso, damos cada vez mais importância ao impacto ESG, valorizando equipas de gestão que integram estas métricas no processo de decisão, como parte de um alinhamento com práticas sustentáveis.

Que tipo de estratégias de fundos de obrigações procuram para incorporar nas carteiras num contexto de menores rentabilidades neste tipo de ativo?

Apesar do tightening de spreads nos últimos tempos, no presente, a classe obrigacionista ainda consegue apresentar rentabilidades relativas interessantes. Num cenário de menor rentabilidade, acredito que o foco passe por estratégias capazes de manter um bom binómio retorno/risco e que funcionem como diversificadoras quando analisadas face à totalidade do portefólio.

Em quais se centram em produtos indexados e em quais optam por gestão ativa?

Tendencialmente não utilizamos produtos indexados para obter exposição a determinados segmentos de mercado. Apenas o fazemos taticamente quando consideramos que não existe nenhum instrumento de gestão ativa que satisfaça todos os nossos apertados critérios de seleção.

Que rácios e caraterísticas deve um fundo de obrigações ter para ser incluído na carteira neste momento?

O nosso processo de seleção de fundos nas carteiras não está dependente do atual ciclo de mercado. Posto isto, no meu entender, vivemos um momento caraterizado por spreads curtos na generalidade dos segmentos de dívida, ignorando as pressões inflacionárias, económicas e geopolíticas ainda presentes ao longo de todo o globo. O principal driver dos investidores de obrigações passou a ser o carry. No segmento de retalho, já se procura instrumentos com maior duração para substituir os até agora tão amados fundos monetários. Acredito, ainda, que no curto prazo a generalidade das preferências dos alocadores institucionais se vire para fundos mais exóticos, que operam em segmentos de mercado mais nicho e que, consequentemente, consigam apresentar uma yield ligeiramente superior para níveis de risco teoricamente similares.