Um estudo elaborado pelo CFA Institute, que contou com a participação dos seus membros, apresenta três conclusões. Aliás, também quantifica o hipotético custo do research.
O CFA Institute levou a cabo um estudo entre os seus membros europeus (onde estão incluídas as 400 maiores gestoras de ativos da Europa) para saber quais as expectativas dos profissionais de investimento buy side quanto ao preço da análise de investimento das diferentes classes de ativos, a alocação dos seus custos e outros temas associados. De entre os resultados obtidos, publicados no relatório MiFID II: A New Paradigm for Investment Research, sobressaem três conclusões.
A primeira delas é que a maioria dos profissionais espera que as suas empresas assumam o custo das research de investimento. Apenas 15% espera que sejam cobrados aos clientes. A proporção de profissionais que antecipa que a sua empresa irá assumir o custo da investigação está diretamente relacionada com o tamanho dos ativos sob gestão da mesma. 67% dos profissionais provenientes de empresas com ativos sob gestão superiores a 250.000 milhões de euros espera que seja a sua empresa a assumi-los. Apenas 42% dos inquiridos de empresas com menos de 1.000 milhão em ativos acredita que a sua empresa irá absorver esses custos.
A segunda conclusão indica que 78% prevê que se irá reduzir o volume de research dos bancos de investimento depois de MiFID II será reduzido, enquanto 44% afirma que se deverá incrementar o research interno.
Para além disso, como terceira conclusão, há uma clara preocupação no setor de que a nova regulação afete as empresas mais pequenas, que poderão desaparecer do mercado, o que terá impacto negativo, já que a indústria se irá consolidar a favor das principais empresas mundiais. Este terceiro ponto está relacionado com o primeiro, já que muitas boutiques independentes de pequena dimensão poderão não conseguir assumir os custos de análise e, ao passá-los para os clientes, arriscam-se a perdê-los.
Quando a MiFID II entrar em vigor, a 3 de janeiro, um dos aspetos mais significativos para os gestores de investimentos e intermediários será o requerimento de estabelecer um preço para a investigação e análise de investimentos e faturá-las de forma independente da execução de serviços de cada classe de ativo.
Quanto irá custar esta análise?
Em termos de custos anuais esperados relativos à realização de investigação e análise da MiFID II, a sondagem revela uma diferença acentuada de opiniões, que refletem tanto a diversidade de estratégias de investimento aplicadas como a incerteza gerada sobre os preços. O valor médio do custo anual esperado da investigação em ações é de dez pontos base. Isto equivale a um milhão de euros por ano sobre um património de 1.000 milhão. O custo da investigação em obrigações, divisas e matérias-primas será menor, aproximadamente a metade da investigação em ações, por volta dos 350.000 euros anuais também sobre um património de 1.000 milhões.