Ativos sob gestão em queda...prolongada

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Davide _non so cos'è l'AccaDiErre, Flickr, Creative Commons

Os últimos dois anos foram complicados para os fundos de investimento em Portugal, bem como em grande parte do mundo. Verificando apenas o mercado nacional, alguns acontecimentos marcaram, de forma significativa, a história financeira nacional, com o fim do Banco Espírito Santo a encabeçar a lista. Destaque, também, para a saída da Troika de Portugal ou para as eleições legislativas que culminaram com a mudança de poder no país. Já a nível internacional, a volatilidade nos mercados internacionais derivou de acontecimentos relacionados com a Grécia, China e mais recentemente com o referendo que irá permitir ao Reino Unido sair da União Europeia.

Em Portugal, mais concretamente nos fundos de investimento mobiliários, notou-se um decréscimo nos ativos sob gestão ao longo dos últimos dois anos. Não podemos esquecer que o património sob gestão de um fundo resulta da conjugação de dois factores: as suas captações líquidas e o comportamento dos seus ativos.

No final do primeiro semestre do ano, os fundos de investimento nacionais geriam mais de 10.780 milhões de euros, um valor mais baixo em 20% do que o registado no final do primeiro semestre de 2014, onde o valor final roçou os 13.500 milhões de euros. Além dos dois factores mencionados, também deve incluir o facto de no período em questão o número de produtos nacionais ter encolhido de 190 para 181.

Dos quatros segmentos em que se podem dividir os fundos de investimento – ações, obrigações, monetário/curto prazo e outros fundos – aquele que mais resvalou no período em questão foi o que junta os fundos de obrigações. Este segmento viu os seus ativos decrescerem mais de 40%, em dois anos, para um valor pouco superior a mil milhões de euros. Já o que menos caiu foi o segmento que junta os fundos monetários e de curto prazo, com uma descida inferior a 10%.

Evolução nos ativos sob gestão nos fundos mobiliários

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Fonte: APFIPP. Valores em milhões de euros.

 

Fundos imobiliários também em queda

Também os fundos imobiliários, em termos de ativos sob gestão, estão piores do que em junho de 2014. A queda situa-se em cerca de 15%, segundo os dados publicados pela APFIPP e que junta apenas as entidades que são associadas. Relembramos que, em junho passado, o valor da APFIPP era representativo de cerca de 90% do mercado nacional.

No final de junho o segmento imobiliário, cujas sociedades gestoras são associadas na APFIPP, registava um valor sob gestão que ascendia a mais de 10.800 milhões de euros, menos 2.000 milhões do que o valor atingido em junho de 2014.

Evolução nos ativos sob gestão nos fundos nacionais

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Fonte: APFIPP. Valores em milhões de euros.