Benjamin Conquet, Product Specialist of Fixed Income da Edmond de Rothschild AM, explica como gerem as oportunidades e os riscos do universo de crédito nos mercados emergentes.
Segundo Benjamin Conquet, Product Specialist of Fixed Income da Edmond de Rothschild AM, a instabilidade é um fator constante no universo dos mercados emergentes. Desta forma, o especialista explica em que segmentos encontram mais oportunidades por países e segmentos através das caraterísticas específicas de cada um.
Atualmente, quais são os principais fatores que apoiam o investimento em crédito nos mercados emergentes?
O ambiente externo é favorável, com taxas de curto prazo mais baixas nos EUA, tendência estável das matérias-primas e dólar neutro. Além disso, temos fortes fundamentais na classe de ativos e um subinvestimento nesta entre os gestores de alocação de ativos globais. Os spreads estão estreitos, mas o nível absoluto das yields é elevado e atrativo. A classe de ativos tem um perfil de carry trade elevado.
Quais são os segmentos mais atrativos do investimento em crédito nestes mercados e como é que os gere no fundo?
Na nossa perspetiva, os segmentos mais atrativos são as empresas argentinas com fundamentais sólidos e valorizações atrativas, o setor de petróleo e gás na Colômbia e África Subsariana, o setor de companhias aéreas e algumas empresas específicas. Estamos sobreponderados nestes segmentos.
Como é que o fundo mitiga riscos como flutuações cambiais, instabilidade política e incumprimentos?
Mitigamos o risco de flutuações cambiais selecionando maioritariamente empresas de exportações em países com um desequilíbrio macro. A instabilidade política pode estar sempre presente no universo dos mercados emergentes, mas empresas com fundamentais sólidos resistem bem num ambiente menos favorável.
A seletividade e uma menor alocação ao crédito menos sólido atenuam o risco de incumprimento. Em média, desde a sua criação em maio de 2009, a taxa de incumprimento do fundo é inferior ao índice de referência, ou seja, inferior a 2,5%.
Que regiões ou países são o principal foco do fundo e porquê?
Em termos de regiões, estamos sobreponderados na América Latina, e na África Subsariana identificamos um perfil de risco/retorno atrativo em setores seletivos como o de petróleo de gás, telecomunicações e o financeiro. Já por países:
Brasil: amplo universo e diversificação significativa por setores, fundamentais de crédito sólidos médios e um perfil de risco/retorno atrativo;
Colômbia: fundamentais de crédito sólidos médios, oportunidades no setor de petróleo e gás de PME;
Argentina: perfil de risco/retorno atrativo com fundamentais sólidos em setores seletivos como o do petróleo e gás, de utilities e telecomunicações e um perfil de carry elevado;
Peru: perfil de risco/retorno atrativo com fundamentais sólidos em setores seletivos como o financeiro, o de metais e mineiro e o agronegócio;
Ucrânia: perfil de risco/retorno atrativo em setores seletivos como o de metais e mineiro e o agronegócio.