Com o 4.º trimestre do ano à porta, a equipa de research do BiG aponta os principais drivers macroeconómicos para o período, passando em revista os grandes blocos regionais, e a atitude dos Bancos Centrais.
Com o quarto trimestre do ano à porta, o BiG acaba de divulgar, como habitual, as suas projeções para o período. Começando pelo enquadramento macroeconómico-global, o Banco faz o habitual confronto entre os mercados desenvolvidos e os emergentes, num documento que configura o outlook da entidade para o período.
Na opinião da equipa de research do BiG, podem esperar-se boas notícias do bloco desenvolvido, já que se “deverá confirmar o pick-up da atividade económica”, “mantendo-se o perfil mais robusto em torno da recuperação da economia americana vs Zona Euro”. No que toca aos países em desenvolvimento, por sua vez, “o crescimento da Índia projeta-se estelar e o arrefecimento da China pouco significativo”. Ainda destacando países, o BiG enfatiza que “na Rússia e no Brasil há cada vez maior convicção de que as economias estão a fazer bottoming out do atual período recessivo, beneficiando da recuperação do preço das commodities e dos fundamentais económicos subjacentes”.
E quais os motivos?
As assunções acima referidas são sustentadas pela equipa de research da entidade de formas diversas. Constatam que as taxas de crescimento do PIB do bloco desenvolvido continuam em níveis historicamente baixos, apesar da “implementação de estímulos monetários sem precedentes”, muito embora na Europa “as reformas governamentais e estímulos monetários se tenham traduzido em ganhos relativos de competitividade da economia Europeia”.
No caso do bloco emergente, a desaceleração vê-se justificada “pelo final do superciclo das commodities”, para além da perda de competitividade relativa em que “os massivos fluxos de capital direcionados para estes países agravaram riscos sobre eventuais bolhas especulativas”.
Os ases dos Bancos Centrais
As políticas dos Bancos Centrais têm obviamente o seu peso nas projeções determinadas pela entidade. Na opinião do BiG, a política monetária global fortemente expansionista deverá continuar a permitir um tom positivo no sentimento global, apesar do “decurso de normalização de taxas pela Fed”.
Como é possível verificar no gráfico abaixo, os programas de expansão monetária tanto do BoJ como do BCE irão motivar “a expansão natural dos balanços”.
No que diz respeito à prestação de liquidez por parte destas duas entidades referidas, o BiG enfatiza que “a compra de activos cumulativa dos bancos centrais deverá superar de forma significativa os valores no auge do QE do FED em 2013”. No entanto fica o aviso: “o alcance da política monetária mostra-se limitado, sendo necessária a implementação de políticas estruturais e fiscais que favoreçam o crescimento do output potencial”.