Caixa GA volta a liderar o mercado nacional de gestão de patrimónios

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Créditos: Unsplash (Kelly Sikkema)

Em março passado a BMO Portugal confirmava à FundsPeople que a Ageas - o seu cliente em Portugal – tinha comunicado a “intenção de passar a executar internamente a gestão de ativos das diversas soluções de investimento do grupo em Portugal”. Nessa altura, a BMO GAM dava então como prazo julho de 2021 para continuar a fornecer os serviços à Ageas, e a transição estar concluída. No relatório & contas de 2020, divulgado entretanto, a entidade revelava também que estava em "avaliação quaisquer alternativas de reposicionamento da atividade", procedendo-se, caso não se encontrasse alternativa "à organização do respetivo encerramento", o que acabou por acontecer.

Os dados divulgados pela CMVM em setembro mostram já o novo panorama completo da gestão de patrimónios nacional excluindo aquela que era a maior entidade gestora desde que no início de 2020 a Caixa Gestão de Ativos viu “o negócio de gestão discricionária de carteiras e consultoria para investimentos decrescer cerca de 12.538 milhões de euros, devido à saída da carteira de um cliente institucional”.

O novo top três do mercado é liderado pela Caixa Gestão de Ativos novamente. A entidade viu a sua quota de mercado crescer mais de 6 pontos percentuais pelo efeito de saída da BMO Portugal da contabilidade deste ranking. Agrega agora mais de um quarto dos ativos do mercado português. A Santander Asset Management e o BCP seguem-se no ranking, com 15,9% e 13,7% do mercado, respetivamente. As três maiores entidades gestoras agregam, a setembro de 2021, 55,7% do mercado.

Uma nota importante acerca destes dados é também o crescimento acentuado dos ativos geridos pelo BCP. Com mais de cinco mil milhões de euros, a entidade bancária aproxima-se a passos largos da Santander AM.

De realçar que estas alterações por via do encerramento da BMO são meramente contabilísticas e que a gestão de ativos nacional, como um todo, mantém os ativos anteriormente geridos pela BMO sob a sua alçada, nas mãos da Ageas.

Alocação média das carteiras

Em termos da alocação média das carteiras vimos alterações muito significativas. As rubricas mais penalizadas foram as ações e obrigações nacionais. No entanto, no que se refere ao valor da gestão de patrimónios nacional alocado a unidades de participação de fundos de investimento, apesar de ter sofrido uma quebra no trimestre na ordem dos 910 milhões de euros, agrega ainda um valor superior ao que integrava a rubrica em setembro de 2020 (+1.193 milhões de euros).