Alguns gestores de fundos alternativos navegaram com segurança os voláteis mercados do ano passado, enquanto que outros foram apanhados de surpresa.
O ano de 2016 trouxe consigo um maior interesse por parte dos investidores e profissionais de investimento por estratégias alternativas, principalmente pela ausência de correlação com os tradicionais mercados de ações e obrigações. É uma tendência que se observa entre os profissionais de gestão e seleção de fundos, justificada pela cada vez maior dificuldade em encontrar valor em mercados cujo potencial de rentabilidade aparenta estar cada vez mais esgotado.
Por outro lado, os próprios gestores de fundos alternativos viram em 2016 um ano cheio de oportunidades e desafios que submeteram a um teste rigoroso as estratégias e convicções dos mesmos.
Entre as estratégias alternativas registadas em Portugal, os retornos em euros de produtos de investimento alternativos mostram-se muito menos dispares entre categorias do que os fundos de ações ou obrigações, embora dentro de cada categoria se observe o oposto, ou seja, uma maior dispersão de resultados. Isto deve-se, evidentemente, à singularidade da estratégia de cada gestor e à multiplicidade de meios e processos de investimento através das quais as estratégias podem ser aplicadas.
Categorias mais e menos rentáveis
Em termos médios, o segmento de mercado que impulsionou os líderes por retorno nos mercados de ações ou obrigações volta a marcar presença na categoria líder em alternativos. Falamos claro dos mercados emergentes. Foram os fundos long/short equity com enfoque neste segmento geográfico que mostraram uma maior rentabilidade média ao longo do ano de 2016.
Por outro lado, e voltando a evidenciar o quanto a volatilidade dos mercados de ações surpreendeu os gestores ao longo do ano, duas categorias de long/short e uma market neutral, todas focadas em equity, ocupam as piores posições do ranking, em termos médios.
Os fundos mais rentáveis
No entanto e como já referido, a dispersão intra-categoria é muito grande entre os alternativos. Neste sentido, categorias cuja média de rentabilidade no ano passado ficou atrás da long/short equity – emerging markets, englobam os produtos que são os verdadeiros campeões no ano por retorno.
Destacam-se então os Global Macro, nomeadamente através do Nordea 1- Alpha 15 Fund, com uma rentabilidade de 13,94%, os Market Neutral – Equity, encabeçados pelo fundo Marshall Wace Market Neutral TOPS, com 11,15%, e os Multistrategy, com o NN (L) Alternative Beta, com 10,68% de rentabilidade em euros no ano.
Evidentemente, dada a dispersão de resultados, o ranking no segmento se alternativos não permite tirar alguma conclusão acerca das categorias que mais beneficiaram com o volátil mercado de 2016. No entanto, é evidente que alguns gestores conseguiram retirar maior valor das flutuações nos mercados.