Uma perspetiva diferente foi apresentada pelo gestor de fundos de ações da BPI GA. Um assumido investidor do estilo qualidade, o profissional acredita que “a qualidade dos negócios é mais importante do que as valuations”. O seu interesse passa, sim, por “perceber se os fundamentais e a vantagem competitiva das empresas” onde investe “persistirão ao longo do tempo”, em vez de “avaliar as valuations de mercado”.
Recordando a incursão recente que teve pelos EUA, no encontro anual de investidores da Berkshire Hathaway, destacou uma frase por lá ouvida. “É uma frase do Charlie Munger ou do Warren Buffett, não me recordo, mas que refere que é melhor comprar uma empresa maravilhosa a um preço justo do que uma empresa justa a um preço maravilhoso”, exemplificou. Para o gestor, “quando se compra negócios de qualidade, o passar do tempo joga a nosso favor, e eventualmente, com o decorrer do tempo, estas empresas vão gerar mais valor para o acionista”.
Desse modo, atesta, “a criação de valor de uma empresa depende, em última análise, do crescimento de FCF e da taxa de retorno que a empresa consegue reinvestir o seu capital tendo em conta o custo de capital”. Na sua perspetiva, “é isso que vai impulsionar os retornos dos investidores”. Pouco preocupado com as avaliações de mercado, Rui Araújo acredita que “comprar qualidade pode ser caro, mas é possível comprar algo caro e obter, ainda assim, um retorno significativo”. Mais, “também se pode ter múltiplos de avaliação elevados, mas isso não significa que se esteja a pagar demasiado”, concluiu.
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