Cinco ideias que estão a implementar nas carteiras do JPM Global Macro e do JPM Global Macro Opportunities

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Shrenick Shah é o gestor do JPM Global Macro e do JPM Global Macro Opportunities. Tratando-se de dois fundos da J.P.Morgan AM, o primeiro destaca-se pelos bons resultados obtidos nos últimos anos em termos de rentabilidade/risco e o segundo porque se trata de uma estratégia de gestão alternativa que cresceu muito em ativos, o que lhe confere o selo Blockbuster pela Funds People. Em ambos os casos, os produtos seguem uma filosofia de investimento macroeconómica. O gestor quis revelar quais são os cinco temas que estão a surgir este ano que está a implementar nas carteiras, indicando as implicações para o investimento dos investidores macro.

1. Este ciclo económico é mais longo do que se acredita

Segundo explica, dada a duração da expansão atual, alguns analistas acreditam que a economia global está a aproximar-se da recessão, mas as condições presentes no mercado, hoje em dia, indicam que é prematuro pensar assim. “Nos EUA, o incentivo orçamental aumentou a nossa perspetiva de crescimento e afastou no tempo a data provável de começo da próxima recessão. A maior parte do resto dos mercados importantes ainda está a crescer acima dos seus índices de tendência a longo prazo, embora o ritmo esteja a moderar. Isto tem uma implicação importante para o investimento: continua a ter sentido manter uma exposição seletiva para ativos de risco como as ações, em mercados desenvolvidos e emergentes”.

2. A volatilidade voltou, embora ainda esteja contida

Na sua opinião, os investidores habituaram-se a uma relativa ausência de volatilidade, mas o grande aumento de fevereiro marcou o seu regresso aos mercados de ações, à medida que os bancos centrais mais importantes eliminam gradualmente o apoio da política monetária. “Os investidores terão de ser mais conscientes da mudança crescente da volatilidade em comparação com 2017 e a possibilidade de aumentos posteriores, mas acreditamos que a volatilidade continuará contida enquanto o crescimento continuar a ser forte”.

Relativamente às implicações para o investimento, o gestor acredita que a diversificação e a flexibilidade são duas alavancas que os investidores podem utilizar para enfrentar este regresso da volatilidade. “Nos fundos, reduzimos o tamanho de posições face às médias de 2017, expressando um nível mais alto de volatilidade de mercado. A nossa capacidade para investir em estratégias mais sofisticadas permite-nos também, adotar posições táticas que podem beneficiar no caso de subidas da volatilidade”.

3. As perspetivas para as finanças melhoraram

O gestor considera que este é um contexto positivo para as finanças. “Nos EUA, a subida de taxas irá significar margens de lucros melhores, enquanto a possível desregulação também é uma boa notícia para o setor bancário. Na China, as autoridades continuam focadas na desalavancagem, em abordar o setor da banca na sombra, reduzir os inventários de residências e introduzir a reforma ambiental, medidas que são destinadas a melhorar a sustentabilidade do crescimento, e por isso, positivas para os bancos”.

Isto tem implicações para o investimento. “Gostamos dos bancos dos EUA e dos bancos maiores e de melhor qualidade da China, e também dos bancos de Singapura, que têm motores domésticos positivos e podem beneficiar do rápido crescimento da região ASEAN e da subida de taxas de juros nos EUA, uma que vez que a divisa de Singapura está vinculada ao dólar dos EUA”.

4. A adoção tecnológica está a acelerar

Para Shah não lhe escapa o facto de a tecnologia estar a transformar todos os setores, e a inovação e a adoção de novas tecnologias estão a acontecer a um ritmo mais rápido do que nunca. “Demorou-se 30 anos para que 75% da população tivesse acesso à energia elétrica – e mais de 50 no caso do telefone. Em comparação, apenas se demorou 10 anos para os smartphones alcançarem um índice de adoção semelhante”.

Consequentemente, o gestor gosta dos fabricantes de semicondutores, que – a seu ver – têm o potencial de assistir a um salto na procura, devido ao crescente conteúdo de semicondutores nos elementos da vida quotidiana, como eletrodomésticos e veículos (a chamada Internet das Coisas). Também gosta dos consultores, uma vez que as empresas irão precisar de consultoria para aproveitar as novas tecnologias. “Temos exposição longa para empresas globais de internet e curta para produtos básicos de consumo, devido à passagem do comércio tradicional para o comércio online”, revela.

5. As obrigações soberanas voltam a ter um papel para representar

À medida que a política monetária se normaliza, as yields das obrigações soberanas aumentam. Segundo o gestor, isto faz com que a dívida soberana seja uma oportunidade de investimento mais apelativa e um possível diversificador das ações numa carteira multiativa. “Neste sentido, pode ser benéfico uma abordagem dinâmica para a diversificação, sem perder de vista os riscos contra os quais tem de se proteger. Se o crescimento começa a ser uma preocupação, a dívida soberana pode agir como um diversificador positivo face às ações. Se aparece o receio à subida das taxas de juro, as estratégias de volatilidade ou o dólar dos EUA podem ser diversificadores mais efetivos”, conclui.