Como é que os investidores de ETFs se anteciparam às eleições norte-americanas?

EUA
Bert Kaufmann, Flickr, Creative Commons

No passado mês de outubro, “o investimento em obrigações europeias e americanas mostrou continuar a ser um dos preferidos dos investidores e reflexo disso continua a ser o facto de no top 3 termos dois ETF sobre obrigações”, refere Carlos Almeida, diretor de investimentos do Banco Best. Segundo o profissional,  “o ETF mais negociado foi o iShares Euro Government Bond 15-30yr UCITS ETF EUR que visa acompanhar um índice de obrigações governamentais “Investment Grade”, emitidas pelos Estados membros da União Económica e Monetária (UEM), incluindo a Alemanha, a Itália, a França, Holanda e a Espanha”. Em segundo lugar, o produto mais negociado é um “o ETF que no seu volume anual tem sido o preferido dos investidores, o iShares EURO STOXX 50 UCITS ETF (Dist)”,  que “investe nas 50 maiores empresas da zona euro e tem a componente de distribuição de rendimentos”. Segue-se no ranking mais um ETF sobre as obrigações, “desta vez americanas”. “O iShares $ Treasury Bond 7-10yr UCITS ETF EUR, que representa o investimento em obrigações do tesouro americano, para o prazo entre 7 e 10 anos, ou seja, cujo tempo de vida remanescente da emissão até que se tornem devidos para reembolso seja dentro deste prazo”, esclarece Carlos Almeida. No quarto posto é a vez do iShares Core MSCI World UCITS ETF EUR, que “que para além de também ter a componente de distribuição oferece ainda a possibilidade de investimento direto numa grande diversidade de empresas dos países mais desenvolvidos do mundo”. Por fim, lugar para o iShares MSCI Emerging Markets UCITS ETF (Acc) EUR, que “oferece exposição a ações de mercados emergentes do mundo inteiro”.

No caso do BiG, Isabel Soares, gestora de produto da entidade, explica que no mês de outubro “a incerteza motivada pelo aproximar das eleições norte-americanas potenciou a procura por produtos que permitam tirar partido dos níveis de volatilidade no mercado”, mas não só.  A profissional refere que “os ETFs com enfoque no segmento de dívida também se evidenciaram pelos elevados volumes de negociação”. A este nível destaca o “iShares iBoxx $ High Yield Corp Bond ou o iShares EUR Corp Bond Interest Rate (o primeiro com as vendas a superarem as compras e o segundo com significativamente mais inflows que outflows)”. Nos produtos com exposição ao segmento acionista, assinalam “os inflows registados pelo ETF iShares Eur STOXX® Banks 30-15 UCITS (cujo objectivo passa por replicar a performance de um índice composto por bancos da zona euro)”.

No ActivoBank, por seu turno, João Graça indica que se “continua a verificar que a alavancagem é a principal solução de investimento dos nossos clientes”. Em específico no mês de outubro, explica que o posicionamento em ETFs “demonstrou uma crença que pelo menos até às eleições norte-americanas nada havia contra a subida do mercado, no entanto com maior volatilidade”. Os mercados emergentes, em particular a China, “mantêm-se no top de preferências dos investidores, tendo este mês sido alvo de maior negociação o mercado alemão, possivelmente procurando uma maior ligação aos dados macroeconómicos  e beneficiar da recuperação do Deutsche Bank”. Em termos sectoriais, “os destaques vão para as expectativas diferentes em torno do setor de extração de ouro, com investidores dos 2 lados da barricada”. Embora com menor expressão, explica que “o investimento no segmento de Semi-condutores” se manteve.