Como evitar apaixonar-se pelas suas ações

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hathuyanna, Flickr, Creative Commons

O dia de São Valentim remonta ao século XVI e, ainda que a sua verdadeira origem continue a ser um mistério, esta celebração do amor chegou aos nossos dias. Contudo, os mais pragmáticos e disciplinados avisam para o perigo de se verem enrolados por tanto romantismo. A idealização romântica é um risco muito real.

Para evitar apaixonar-se pelas ações em que investem, Nick Clay, gestor da BNY Mellon IM, recomenda ao investidor que investe em ações globais aplicar uma abordagem disciplinada para que só se invista em empresas cujo negócio mostre um retorno 25% superior ao índice FTSE World. Quando o rendimento cair abaixo desse limite, o que recomenda é vendê-las. “Impor-se uma disciplina objetiva torna-se essencial, já que nos protege face a um mal demasiado comum: a manipulação da tese de investimento”, afirma.

Na sua opinião, quando um investimento funciona e a valorização aumenta, é fácil encontrar novas razões que justifiquem o aumento da valorização e assim poder continuar investidos nessa ação vencedora que nos apaixona. “Na realidade, o que se passa é que a assimetria do perfil de rentabilidade-risco do investimento original está a mover-se na direção contrária”, revela.

“Estatisticamente, se a assimetria entre a rentabilidade e o risco mostrar uma tendência a nosso favor, proporciona-nos uma certa margem de segurança face às incertezas do futuro. Não obstante, se essa assimetria mudar, aumentam as possibilidades de que o investimento acabe por nos dececionar. Dizem que o amor é cego, pelo que pode ser muito difícil aperceber-nos de que estamos a agir assim. Por isso, é necessária uma disciplina objetiva que nos ajude em certo modo a proteger-nos, para que não nos partam o coração”, conclui.