Como irão os investidores europeus movimentar as suas carteiras em 2023?

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Créditos: MayoFi (Unsplash)

Cerca de 38% dos investidores europeus tem pensado recorrer em maior medida às estratégias de gestão ativa, enquanto mais de metade diversifica as suas carteiras mediante a incorporação de novas classes de ativos - como as obrigações - para que os ajudem a gerir o possível risco. Assim o revela um inquérito sobre a alocação de ativos da MFS, que analisa as perspetivas dos investidores sobre a economia e os mercados financeiros.

Nele é revelado que 80% dos investidores estão preocupados com uma inflação obstinadamente elevada, 74% estão preocupados com a instabilidade política e 60% mostra-se inquieto com a possibilidade dos bancos centrais cometerem um erro de política monetária.

Principais riscos que detetam

Os inquiridos também destacaram alguns riscos de classificação inferior e que, na sua opinião, são importantes do ponto de vista dos resultados financeiros. Estes incluem os problemas nas cadeias de abastecimento, a subida das taxas de juro e o aumento dos níveis de endividamento público, a desigualdade social e as repercussões a longo prazo da COVID-19.

65% dos investidores espera um crescimento reduzido na zona euro, e 46% prevê que as taxas de inflação superem os 4% na mesma região no próximo período de um a três anos.

O leque de preocupações de índole macroeconómica está a obrigar os investidores a valorizar o impacto destas questões na sua carteira. 57% afirmou que aumentaria a diversificação da sua carteira através da integração de uma nova classe de ativos. 56% afirma que aumentaria a sua exposição a ativos com risco reduzido (como cash ou obrigações de curta duração) e 49% afirmou que reduziria a sua exposição a mercados e regiões de maior risco. 75% considera que as perspetivas para o estilo quality são favoráveis.

Perspetivas sobre as classes de ativos

As conclusões do inquérito evidenciam que a correlação do mercado tornou certas classes de ativos mais atrativas. Por exemplo, os investidores consideram que os títulos europeus de estilo value (43%) e as pequenas capitalizações europeias (47%) oferecem potenciais oportunidades. 57% considera também que as ações dos mercados emergentes estão subvalorizadas. 

Além disso, os investidores observam oportunidades no universo de obrigações, que se tornou atrativo devido ao aumento das yields. De acordo com os inquiridos, certos setores, como o da dívida dos mercados emergentes (42%), oferecem a oportunidade de obter retornos mais elevados, enquanto outros, como o dos títulos do Tesouro norte-americano, podem proteger o capital durante períodos de tensão no mercado. Um terço dos inquiridos estima que o high yield norte-americano e o high yield europeu estão subvalorizados.

O inquérito também mostrou que os investimentos alternativos podem ser uma componente importante de uma carteira diversificada, bem como os investimentos que os investidores podem valorizar a sua exposição se forem transparentes e oferecerem um nível suficiente de liquidez. As infraestruturas cotadas e os fundos de investimento imobiliário (REIT) podem ser uma maneira de aceder a tipos alternativos de investimentos através dos mercados cotados.