O relatório mais recente da WTW revela tendências-chave na gestão dos maiores fundos de pensões do mundo, o forte crescimento de ativos geridos em 2023 e o avanço dos fundos de pensões de mercados emergentes, com crescimentos compostos superiores a 10% em cinco anos.
Registe-se em FundsPeople, a comunidade de mais de 200.000 profissionais do mundo da gestão de ativos e património. Desfrute de todos os nossos serviços exclusivos: newsletter matinal, alertas com notícias de última hora, biblioteca de revistas, especiais e livros.
Para aceder a este conteúdo
O panorama dos fundos de pensões globais está a experienciar mudanças significativas, segundo revela o último relatório sobre Os 300 Maiores Fundos de Pensões do Mundo. Este estudo anual, realizado pelo Thinking Ahead Institute da WTW, em colaboração com a Pensions & Investments, revela tendências interessantes que estão a moldar o futuro da gestão de ativos a nível global.
Numa reviravolta de destaque, os ativos sob gestão (AuM) dos 300 maiores fundos de pensões do mundo atingiram um impressionante número de 226 biliões de dólares em 2023, o que representa um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Este crescimento dramático ocorre após a queda de 12,9% sofrida em 2022. Os 20 maiores fundos continuam a dominar, representando 42,1% do total de AuM, ligeiramente acima dos 41,5% em 2022. Este grupo registou um crescimento ainda mais robusto, de 11,6% em 2023, superando a média geral e consolidando a sua posição de liderança no mercado.
Destaca-se o forte crescimento nos últimos cinco anos de alguns mercados, em especial os mercados emergentes, que registaram um crescimento médio anual dos ativos dos fundos de pensões em moeda local superior ao do dos fundos de pensões das economias avançadas. Isto deve-se, em grande medida, à sua relativa maturidade, refletida na combinação de ativos e nos níveis de negociação, com taxas de crescimento superiores a 10%:
Fatores por detrás do aumento de ativos
- Recuperação dos mercados financeiros: após um ano de 2022 desafiante, os mercados de ações e obrigações experienciaram uma recuperação significativa em 2023, impulsionando os retornos das carteiras dos fundos de pensões;
- Estratégias de diversificação eficazes: muitos fundos implementaram estratégias de diversificação mais robustas, o que as permitiu mitigar riscos e capitalizar oportunidades em diversos setores e classes de ativos;
- Adaptação a novas realidades económicas: os gestores de fundos demonstraram agilidade ao ajustar as suas estratégias de investimento para enfrentarem a inflação persistente e as políticas monetárias globais em mudança;
- Inovação na gestão de ativos: a adoção de tecnologias avançadas e as abordagens de investimento mais sofisticadas permitiram aos fundos otimizar as suas carteiras e melhorar a tomada de decisões;
- Fluxos de contribuições estáveis: apesar dos desafios económicos, os fluxos de contribuições para os fundos de pensões mantiveram-se relativamente estáveis, proporcionando uma base sólida para o crescimento.
Esta reviravolta não só reflete a recuperação a curto prazo, como também salienta a importância fundamental dos fundos de pensões no panorama financeiro global. Com um crescimento acumulado de 25,6% no período de 2018-2023, estes gigantes financeiros continuam a desempenhar um papel fundamental na gestão da poupança para a reforma a nível mundial e na configuração dos mercados de capitais globais.
Os fundos de pensões soberanos e do setor público somam 152 fundos entre os 300 primeiros e representam 70,6% dos ativos totais.
Tendências geográficas e estruturais
- Domínio norte-americano com nuances: apesar de manter uma posição dominante, a sua participação diminuiu ligeiramente para 44,2%, ao contrário da Europa e Ásia-Pacífico, que aumentaram as suas quotas para 24,7% e 26,8%, respetivamente;
- A batalha dos sistemas de contribuição definida (CD) ou benefício definido (BD): os fundos de BD continuam a dominar, com 60,8% dos ativos, embora os fundos de CD mostrem um significativo crescimento de 15% em 2023;
- Alocação de ativos: enquanto os fundos norte-americanos favoreceram as ações (48,3% da sua carteira), os fundos europeus e asiáticos mostram preferência pelas obrigações (47,3% e 48,7% respetivamente);
- Auge dos investimentos alternativos: alcançam, juntamente com a liquidez, 22% em média para os 20 principais fundos;
- Internalização e externalização: ocorrem simultaneamente em segmentos de diferentes dimensões, embora se observe uma crescente tendência para a internalização entre os proprietários de ativos maiores. O objetivo é produzir um melhor retorno líquido de custos, conseguir estratégias mais específicas, melhorar a seleção de gestores externos, bem como implementar estratégias de investimento especializadas. No entanto, no caso dos fundos médios e pequenos, evidencia-se uma tendência para a delegação a OCIO (chief investment officers externos), com um crescimento significativo nos últimos anos. Os AuM geridos através desta estratégia alcançaram um recorde de 4,1 biliões de dólares no final de 2023.