Como se comporta o high yield americano em momentos de fim de ciclo?

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Que os mercados desenvolvidos entraram em fase final do atual ciclo económico, parece ser uma evidência segundo a opinião da grande maioria dos especialistas. A questão de difícil resposta é saber até quando se vai estender esta última etapa. Se há algo certo é que, quando entramos num ciclo de quedas, o melhor será ter feito os deveres e ter preparado a carteira, encontrando refúgio em classes de ativos para este tipo de mercados.

Um dos ativos que tende a preocupar muitos investidores neste tipo de circunstância é a dívida high yield norte-americana. Segundo uma crença generalizada, em períodos de volatilidade dos mercados, e quando a dívida americana de alto rendimento regista rentabilidades negativas, os efeitos são graves e podem afetar de forma significativa a carteira de investimentos. Mas, a história e os dados revelam uma imagem muito diferente.

Tal como explica David Bradin, diretor de investimentos em obrigações na Capital Group, durante os 21 anos decorridos desde o lançamento do índice Bloomberg Barclays US High Yield Index, apenas foram registados cinco anos de rentabilidades negativas. A média anual durante estes cinco anos foi de - 8%, mas se excluirmos a crise financeira mundial de 2008, a dita média situar-se-ia em -3,5%. Por outro lado, os investidores que tenham permanecido no mercado durante todo o período teriam recebido uma rentabilidade média anual de 7,4%.

“Na nossa opinião, é  mais aconselhável manter a calma durante os períodos de queda e permanecer no mercado, do que procurar prever qual é o momento ótimo para comprar e vender. O gráfico mostra os cinco anos concretos nos quais o mercado registou rentabilidades negativas, assim como o rápido que  foi voltar a entrar em terreno positivo. Tudo isto dá conta da importância que do centrar-se em rentabilidades anuais, sobretudo no caso da dívida de high yield, que pode cair no final  de um determinado ano para logo voltar a subir com a mesma rapidez, afirma.

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Na sua opinião os investidores poderão obter melhores resultados se ajustarem o seu enfoque ao mercado no qual investem. “As empresas não tendem a adotar um enfoque anual no que respeita à concretização de objetivos, mas têm sim, por hábito, inclinar-se para uma visão a mais longo prazo e para uma perspectiva mais estratégica. O investimento diversificado a longo prazo em dívida norte-americana de alto rendimento poderá permitir aos investidores aproveitar as tendências de mercado, em constante evolução, e gerar rentabilidades positivas ao longo dos anos”, conclui o especialista.