No período em análise, os fundos de obrigações estiveram na "berra", conseguindo tirar proveito da crise de dívida soberana que assolou os países da periferia da Europa.
A indústria nacional de fundos de investimento contempla cerca de duas centenas de produtos, com 25 produtos a serem classificados como de obrigações por parte da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios. A lista de produtos engloba os fundos de obrigações de taxa indexada euro, de obrigações euro e ainda os fundos de obrigações internacionais.
No final do quinto mês do ano, essas três categorias somavam mais de 1.800 milhões de euros. Entre elas, o segmento mais representado vai para os fundos de obrigações de taxa indexada euro com cerca de 75% do total, ou seja, mais de 1.350 milhões de euros em património. Já em termos de gestoras, a entidade mais representada é a Millennium Gestão de Activos com 40% do total.
Ainda assim, o maior fundo de obrigações pertence à CA Gest. Gerido por Fernando Nascimento, o CA Rendimento fechou o mês de maio com 384 milhões de euros em património, com os maiores investimentos a irem para dívida pública portuguesa, além de algumas emissões de dívida corporate. Nos prémios Diário Económico/APFIPP, lançados este ano, o produto foi galardoado como o “melhor fundo de obrigações de taxa indexada”.
Antes do fundo da CA Gest subir à liderança dos maiores fundos de obrigações em termos de património, essa posição era ocupada pelo Santander MultiObrigações. O fundo, da responsabilidade da Santander Asset Management, tinha no final de maio cerca de 367 milhões de euros em património. Em terceiro lugar, vem o Caixagest Obrigações da Caixagest com 246 milhões de euros.
Mais rentável a cinco anos é gerido pela GNB Gestão de Ativos
Entre os 25 fundos de investimento que existem no mercado nacional, apenas 18 apresentam dados para os últimos cinco anos, segundo a lista publicada pela Associação. O fundo que apresenta a melhor performance anualizada do último quinquénio é o NB Obrigações Europa. O fundo está sob responsabilidade de Vasco Teles da GNB Gestão de Ativos e nos cinco anos anteriores a 19 de junho a sua rendibilidade anualizada é de 11,1%. É o único fundo das três categorias que supera os 10% em termos de rendibilidade, superando com frequência os seus 'peers' em distintos períodos de análise. O fundo está também classificado com o rating quantitativo máximo atribuído pela Morningstar.
Com ganhos anualizados de 6,04% nos últimos cinco anos surge o Montepio Taxa Fixa. Gerido pela Montepio Gestão de Ativos o fundo tinha no final de maio cerca de 30 milhões de euros, fazendo parte da mesma categoria que o produto vencedor em termos de performance no período em análise.
Já o terceiro fundo mais rentável é o NB Renda Mensal. A gestão do fundo está a cargo de Tânia Pinheiro da GNB Gestão de Activos e a sua rendibilidade anualizada para o período em análise é de 5,23%. Sob gestão tinha, no final de maio, mais de 33 milhões de euros em património.
Os fundos de obrigações nos últimos cinco anos
Fonte: APFIPP a 19 de junho