Comparação de rentabilidade entre os fundos ativos europeus e os seus índices

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jlrojogarcia (en formación), Flickr, Creative Commons

A Lyxor Asset Management apresentou os resultados de um estudo no qual se compara a rentabilidade dos fundos ativos domiciliados na Europa com a dos seus índices de referência. Neste trabalho, no qual se analisa a rentabilidade de 3.740 fundos ativos (que representam 1,2 biliões de ativos geridos) relativamente aos seus índices de referência tradicionais durante um período de dez anos, é demonstrado que apenas 20% dos fundos ativos domiciliados na Europa batem os seus benchmarks a dez anos, uma percentagem que se eleva para os 23% a cinco anos. A mais curto prazo, os resultados são mais positivos, e em 2015 uma média de 47% deles registaram um melhor comportamento do que os seus índices de referência. Este valor supera em muito o registado em 2014, período em que, em média, apenas 25% dos fundos obtiveram rentabilidades superiores. Ao analisar a fonte dessa referida rentabilidade superior, a Lyxor descobriu que uma parte significativa desta poderá ser atribuída a factores de risco específicos.

Estes “factores de risco” fazem referência a títulos que apresentam as mesmas características ou comportamentos. A entidade identificou cinco factores de risco chave (tamanho reduzido, valor, qualidade, beta baixo e momentum) que, em conjunto, representam 90% das rentabilidades da carteira. Por exemplo, os gestores de fundos  ativos europeus sobreponderaram factores de baixo beta, momentum e qualidade em 2015, e todos eles bateram a rentabilidade dos índices de referência. De acordo com o estudo da gestora, é aí que reside o segredo do êxito da entidade: “Isto mostra a crescente importância dos factores de risco e outras estratégias smart beta na hora de gerar rentabilidades na complexa conjuntura de mercado atual”, dizem da entidade.  O estudo da Lyxor também compara a rentabilidade dos fundos com os índices Smart Beta e mínima volatilidade, desenhados para mitigar a volatilidade da carteira.

Neste âmbito os resultados foram ainda mais interessantes: enquanto que 72% dos fundos ativos na categoria europeia tiveram melhor rendimento do que um índice de referência tradicional em 2015, apenas 14% exibiu uma melhor trajetória do que o índice smart beta. “Estas conclusões demonstram o papel cada vez mais importante desempenhado pelas estratégias smart beta que têm por base normas que não se regem pela capitalização de mercado, como pilar essencial das carteiras dos investidores. O investimento baseado em factores constitui uma das diversas estratégias de investimento conhecidas como smart beta. Nos mercados atuais, caraterizados por taxas de juro em níveis muito baixos, uma maior volatilidade e a ausência de uma tendência clara nos mercados de ativos de risco, os investidores devem colocar o ênfase em  novas estratégias de alocação da carteira com o objetivo de conseguir maior diversificação e geração de rentabilidade”, diz Marlene Hassine, chefe de análise de ETF da Lyxor.