Concentração nas carteiras das seguradoras e fundos de pensões

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No relatório de Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões publicado este mês de agosto, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) alerta para a concentração de riscos de investimento que enfrentam as seguradoras e gestoras de fundos de pensões na gestão dos seus ativos e cumprimento das responsabilidades.

No se refere à análise das exposições por emitente ou grupo económico, a entidade supervisora constata a persistência de uma elevada proporção de emitentes soberanos e de ativos emitidos por grupos financeiros a operar em Portugal, incluindo emitentes que detêm participações no setor segurador e de fundos de pensões, apesar das estratégias de de-risking que têm vindo a ser gradualmente implementadas. “De uma forma geral, as exposições ao primeiro conjunto referido estão tendencialmente mais disseminadas pelos vários operadores, ao passo que as segundas estão concentradas em subconjuntos mais restritos de entidades”, comentam no relatório.

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No setor segurador, a ASF dá conta de que a proporção combinada do subconjunto das cinco principais exposições subiu para 44,5% (+1,5%), com as três principais exposições, todas relativas a títulos de dívida soberana, a revelarem uma expansão do peso para quase 38%. “Persiste assim um contexto de concentração que, fruto do tratamento atribuído aos títulos soberanos em sede do regime prudencial – isentos de carga de capital para os riscos de spread e de concentração – se revela económico do ponto de vista dos requisitos de capital, mas de vulnerabilidade elevada a um evento de reavaliação expressiva dos prémios de risco”, explicam.

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Fundos de pensões

Já no caso dos fundos de pensões, a ASF comenta que os pesos agregados dos principais subconjuntos são mais moderados, “devido ao facto de o título de maior representatividade – neste caso, o soberano espanhol – revelar um peso significativamente inferior. Assim, as três principais exposições combinam uma representatividade de cerca de 20%, que sobe para 30,6% e 39,3% se consideradas, respetivamente, as cinco e dez exposições mais materiais”.

Evolução

No contexto segurador, o regulador do sector os seguros e fundos de pensões destaca o reforço adicional da proporção dos soberanos doméstico e Espanhol. Adicionalmente, as cinco principais variações contemplam oscilações nas representatividades de alguns dos grupos económicos a que o setor se encontra mais exposto, quer na esfera bancária, quer em entidades do próprio grupo económico, constatando-se o aumento da exposição ao Bankinter, e a compressão da exposição a CGD, Fosun e Novo Banco.

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No caso dos fundos de pensões, destaca-se o aumento do peso da exposição à dívida soberana espanhola, e, em menor escala, à italiana. Como maior redução, consta a exposição à dívida pública nacional.

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