"Continuamos a ver um potencial de 15% nas acções europeias em 2013"

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Cedida

"Apesar do 'rally' ocorrido nos mercados no ano passado, continuamos a ver um potencial de cerca de 15% no retorno absoluto das acções europeias em 2013. Isto considerando um crescimento de 9% dos lucros das empresas, 4% dos dividendos e um pequeno componente de requalificação", afirmou Nigel Bolton, responsável da equipa de acções europeias da BlackRock, num relatório que analisa as perspectivas para esta classe de activos em 2013.

Assumindo-se que o impulso político continuará a avançar e que o ajuste fiscal nos EUA é resolvido com sucesso, Bolton destacou que começámos o ano com um cenário positivo na economia global, com reformas promissoras a nível estrutural na periferia da Europa e políticas monetárias positivas a nível global. Ainda deste início de ano, Bolton salientou as valorizações atractivas das acções europeias, tanto em termos históricos, como em comparação com outros mercados desenvolvidos, e outras classes de activos.

Os Estados Unidos acabam por estar no centro das preocupações dos investidores. “A zona Euro está, de facto, a progredir a melhor ritmo na implementação dos ajustes deflacionários que os EUA, dado que abordou este problema mais cedo e em maior profundidade. Como consequência, os desequilíbrios externos da periferia estão a melhorar. Os investidores estão lentamente a perceber que as suas exposições subponderadas a esta região já não fazem sentido", disse Bolton.

No entanto, este gestor da BlackRock acredita que é justo dizer que a política e, portanto, economia permanecem frágeis. "É importante que não se assista a mais deslizes políticos, que poderiam rapidamente mudar o cenário macroeconómico que estamos a retratar." Assim, garante que é vital que as reformas que estão em curso na Itália e em Espanha se mantenham. "As eleições italianas poderão criar alguma volatilidade nos mercados, mas esperamos que seja eleito um governo favorável às reformas e continue, assim, com o trabalho de Mario Monti".

Quanto a Espanha, Bolton diz que o país deve prosseguir os seus ajustamentos orçamentais e estruturais."A questão de saber se Espanha vai solicitar formalmente um resgate à UE deve ser resolvida este ano. Se isso acontecer, provavelmente, levará a uma redução dos 'spreads' da dívida soberana e o BCE deverá mudar o programa de 'Outright Monetary Transactions', o que impulsionará as acções. "Embora, o que é realmente crucial para este profissional, serão os resultados das eleições alemãs do Outono, especialmente considerando que o país continua a liderar a agenda política na Europa.