Cresce a presença feminina no negócio de gestão alternativa... mas não nos cargos de direção

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Tim Mossholder - Unsplash

A gestão alternativa tornou-se nos últimos anos num dos negócios que mais cresceram dentro da indústria da gestão de ativos. As causas são várias, desde a dificuldade em encontrar rentabilidades atrativas num dos mercados tradicionais muito dependentes dos bancos centrais, até à necessidade dos investidores encontrarem outro tipo de investimentos que os ajudem a diversificar as suas carteiras perante a grande correlação que aconteceu entre os ativos de obrigações e ações.

O crescimento em número de ativos que a gestão alternativa protagonizou parece que foi acompanhado progressivamente de uma maior diversidade de género no que diz respeito aos profissionais que se dedicam a este universo de investimento. Pelo menos assim o afirma a consultora Preqin, que acabou de publicar um extrato de um relatório sobre a presença feminina neste segmento de negócio cuja difusão completa está prevista para inícios de 2020.

Segundo o mesmo, hoje em dia as mulheres representam 19,7% dos profissionais dedicados à gestão alternativa, o que representa um crescimento de 0,9 pontos percentuais face aos 18,8% que representavam no ano de 2017. Porém, apesar do número geral ser positivo difere muito quando se analisa em que tipo de estratégias há mais mulheres e, sobretudo, com que tipo de responsabilidades.

97367da69fba3d9b“Nos níveis junior, as mulheres representam aproximadamente uma quarta parte a um terço do número total de empregados: o intervalo é de um mínimo de 26,7% (hegde funds) a um máximo de 36,3% (venture capital). Estas percentagens diminuem a nível médio, que vai desde um mínimo de 21,0% (hedge funds) a um máximo de 29,9% (venture capital). Nos níveis superiores, a proporção de mulheres é significativamente menor: a classe com a percentagem mais baixa (8,5%) de mulheres em postos de liderança é no imobiliário”, aponta no relatório.

Também se observam grandes diferenças quando se analisa o emprego feminino em função da região geográfica. A Europa é, neste sentido, a região com maior número de mulheres a trabalhar já que, independentemente  do subsector analisado (capital de risco, venture capital, hedge funds, dívida privada, imobiliário, infraestruturas e recursos naturais) as mulheres representam mais de 20% do total de trabalhadores.

Quanto ao subsector onde há mais gender equality é o de venture capital, que é, segundo referem no relatório, o setor sobre o qual houve nos últimos anos mais queixas no que se refere à discriminação por género. “As mulheres em postos junior superam um terço (36,3%) de todos os colaboradores; a nível médio, este número foi de 29,9%, e no nível superior 13,4%”, afirmam na Preqin.