Da Evergrande à Fantasia: um canário na mina?

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Enquanto o promotor imobiliário chinês Evergrande vacila por incumprimento dos seus prazos de reembolso de obrigações, os seus problemas continuam a reverberar nos mercados financeiros. Agora é a Fantasia Holdings que não paga um reembolso. Ao contrário da China Evergrande, era considerado que a Fantasia Holdings tinha a liquidez para cumprir as suas obrigações financeiras, pelo que o incumprimento da empresa foi uma surpresa para muitos. A notícia foi seguida esta semana por pedidos de outras três empresas chinesas para atrasar os próximos pagamentos de juros ou reestruturar os seus prazos de reembolso.

Há três semanas, a Morningstar falou com gestores de fundos ativos no segmento de obrigações corporativas asiáticas para obter a sua opinião sobre a Evergrande e o seu potencial impacto na economia chinesa como um todo. Num novo relatório, After Evergrande, Is Fantasia's Collapse a Sign of the Worst to Come?, a empresa de análise verificou com esses mesmos gestores se os tropeções da Fantasia, e a volatilidade dramática que se seguiu, mudaram a sua perspetiva. E a conclusão é que estes profissionais se mantiveram, na sua maioria, firmes.

Os gestores continuam confiantes

No geral, os gestores com que a Morningstar falou consideram o incumprimento da Fantasia como um evento idiossincrático em vez de uma manifestação de risco sistémico e esperam que a tensão atual no setor imobiliário chinês seja temporária. “A maioria ainda está à espera que o governo chinês intervenha para fornecer liquidez ao setor em algum momento, mas estão a preparar-se para um período de turbulência no curto prazo”, explicam a empresa de análise. A Morningstar também recomenda que os investidores se esforcem para manter a cabeça fria.

“À medida que a situação evolui, continuaremos a monitorizar a exposição ao setor imobiliário chinês dentro do nosso grupo de fundos com rating qualitativo. Apesar dos tropeções a curto prazo, a exposição às obrigações do mercado emergente pode trazer benefícios significativos de carry e diversificação, se se mantiver uma alocação moderada numa carteira diversificada e se se mantiver o investimento a longo prazo, ou seja, um ciclo de mercado completo de, pelo menos, cinco anos”, concluem na empresa de análise.