Os números da actividade de capital de risco em Portugal no primeiro trimestre deste ano seguem em tendência de decréscimo que tem vindo a verificar-se nos últimos tempos e deixam o presidente da associação do sector apreensivo sobre o futuro do mesmo.
“Os resultados alcançados no primeiro trimestre de 2013 não me surpreendem, uma vez que resultam da tendência que se tem verificado há vários trimestres consecutivos”, refere Paulo Caetano, à Funds People Portugal. Salienta que é “evidente a dificuldade no levantamento de novos fundos para o sector, o que, aliado à natural dificuldade de execução de operações de desinvestimento, levantam preocupações legítimas quanto à sustentabilidade do sector”.
No primeiro trimestre deste ano foram investidos 19,4 milhões de euros pelo capital de risco em Portugal, tendo o montante de desinvestimento sido de 23,12 milhões de euros e o levantamento de fundo totalizado 4,08 milhões de euros, todos os números em quebra face ao período homólogo de 2012.
“É pena porque o sector configura o modelo que permite o reforço de capitais próprios nas empresas, num momento em que estamos confrontados com dois tipos de problemas: financiamento bancário difícil e recursos limitados dos empresários”. Paulo Caetano reforça a necessidade de, no actual contexto, “se conseguir diversificar as fontes de financiamento” e reclama uma alteração do quadro fiscal para o sector. O capital de risco, “pelo seu carácter específico, se viesse a ser dotado de um enquadramento fiscal francamente atractivo, poderia potenciar o seu papel de dinamizador da actividade económica nacional, pela via de entrada de novos fundos e novos operadores no mercado”, salientou.