Exercício de imaginação: como seria o mercado nacional sem os fundos monetários e de obrigações de muito curto prazo?

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Lee Lilly, Flickr, Creative Commons

Os últimos dados, relativos a novembro, disponibilizados pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património revelam que o mercado nacional de fundos de investimento mobiliário apresentavam um volume total de ativos sob gestão de 12.237,3 milhões de euros. Deste montante total, cerca de 3.936,4 milhões de euros estão alocados a fundos monetários e de obrigações de muito curto-prazo.

Este tipo de fundos apresenta-se como uma forma eficaz de gestão das posições de liquidez, sendo que as suas carteiras são compostas, na grande maioria das vezes, por depósitos a prazo, papel comercial, bilhetes do tesouro, entre outros instrumentos de mercado monetário. Por outro lado, o nível de risco que caracteriza este tipo de produtos reflete-se nas rentabilidades que proporcionam, estáveis e mais contidas.

Excluindo os fundos monetários e de muito curto-prazo, o valor dos ativos gerido pelos fundos de investimento mobiliário nacionais ascende a cerca de 8.300,8 milhões de euros. Como tal, estes apresentam-se como uma importante fatia da composição tanto do volume total nacional, como da quota de mercado das diversas entidades gestoras. Neste contexto, excluindo fundos monetários e de obrigações de muito curto-prazo, de que forma ficaria o panorama das sociedades gestoras nacionais?

Sociedade Gestora Ativos sob gestão com monetários* (M€) Ativos sob gestão sem monetários* (M€) Quota com monetários* Quota sem monetários*
BPI Gestão de Activos 3136,70 2466,36 25,60% 29,71%
Caixagest 3946,80 2270,88 32,30% 27,36%
IM Gestão de Ativos 2189,90 2088,25 17,90% 25,16%
Santander Asset Management 1975,20 1703,13 16,10% 20,52%
GNB Gestão de Ativos 334,00 291,10 2,70% 3,51%
Montepio Gestão de Activos 167,90 159,12 1,40% 1,92%
Popular Gestão de Activos 166,50 127,89 1,40% 1,54%
Optimize Investment Partners 117,50 117,50 1,00% 1,42%
Bankinter Gestão de Ativos 102,10 102,10 0,80% 1,23%
Invest Gestão de Activos 32,40 32,40 0,20% 0,39%
LYNX Asset Managers 23,30 20,24 0,00% 0,24%
Dunas Capital  42,70 15,14 0,30% 0,18%
MCO2 1,70 1,70 0,00% 0,02%
Profile 0,40 0,40 0,00% 0,00%

*monetários e de obrigações de muito curto-prazo, conforme as categorias Morningstar. 

Fonte dos dados: APFIPP, a 30 de novembro

Numa primeira instância, verificamos que as duas entidades com maior quota de mercado trocam de posições – a BPI Gestão de Activos, com 29,71% torna-se na entidade com a maior quota de mercado, seguida pela Caixagest, cuja quota de mercado se fixa nos 27,26%. Num outro plano, o destaque vai para a IM Gestão de Ativos e para a Santander Asset Management, que, neste contexto, veem as suas quotas de mercado a aumentar para 25,16% e 20,52%, respetivamente. De facto, este aumento de quota de mercado parece ser transversal a grande parte das entidades gestoras, tal como é possível observar na tabela apresentada.

Numa análise mais pormenorizada, olhando para o volume de ativos gerido pelos fundos monetários e de muito curto-prazo por cada sociedade gestora, podemos verificar a importância que estes produtos apresentam na composição do volume de ativos total por estas gerido. Os casos onde esta situação é mais evidente são os casos da Dunas Capital, onde o EuroBic Tesouraria representa 64,5% do volume de ativos sob gestão total da entidade; e o caso da Caixagest, em que o Caixagest Liquidez corresponde a cerca de 42,5% do património sob gestão total da entidade.

Não obstante, estes casos não são os únicos, uma vez que tanto a Montepio Gestão de Activos, como a BPI Gestão de Activos também apresentam uma ponderação superior a 30% dos fundos monetários e de muito curto-prazo inseridos na sua oferta.

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Fonte: APFIPP, 30 de novembro; entidades nacionais que têm fundos monetários na sua oferta