Muito embora fevereiro seja o mês mais curto do ano, foram muitos os acontecimentos importantes que marcaram não só os mercados, como e principalmente o contexto político e económico da Europa, com notícias consecutivas relativamente às negociações entre a Grécia e o União Europeia. Neste enquadramento, que tendências marcaram a subscrição de fundos estrangeiros nas três plataformas nacionais? O Banco BiG, o ActivoBank, e o Banco Best relatam alguns motivos distintos.
No caso do Banco BiG existiu mesmo uma mudança de tendência face aos outros rankings de mais subscritos, como relata Isabel Soares, gestora de produto da entidade. Começa por dizer que “em linha com a alocação das carteiras do serviço Fund Advisor lançadas no decorrer do mês de Fevereiro, os investidores privilegiaram, no período, algumas temáticas específicas”.
Segundo a gestora de produto, dentro dos produtos com exposição ao segmento acionista destaca-se por um lado “a procura por fundos focados em empresas capazes de gerar dividendos de forma sustentada”, dando como exemplo o “elevado número de subscrições no fundo Fidelity Global Dividend, JPMorgan Europe Strategic Dividend e Deutsche Invest I Top Dividend Premium”. Por outro lado, salienta o interesse por fundos “com estratégias que apresentam uma dinâmica de valor relativo, considerada por alguns investidores como importante para eventuais cenários de aumento de volatilidade”, como são o caso “dos inflows verficados nos fundos Nordea Stable Equity Long /Short e Henderson Pan European Alpha”.
O ‘resistente’ das obrigações na lista do Best
No Banco Best, pelo contrário, o segundo mês do ano foi sinónimo de coerência com meses anteriores. Rui Castro Pacheco, head of asset management da entidade, dá conta de “mais um mês forte na subscrição de fundos “pró-risco”, com apenas um fundo de obrigações no Top 10, dois fundos mistos e sete fundos de ações”. No topo das subscrições na plataforma, continua a fazer “finca-pé” o fundo Jupiter Dynamic Bond, que, para o profissional, “mostra, mais uma vez, a sua resiliência em manter-se no TOP de subscrições como o único fundo de obrigações desta lista”, numa altura em que “é cada vez mais difícil satisfazer os investidores neste tipo de ativos, algo que só é possível de fazer com uma gestão muito flexível e dinâmica como a que é efetuada pela Jupiter”.
No universo das ações, é referido que os investidores continuam “a ver o sector da saúde como um dos preferidos, com os investidores a preferirem um fundo mais genérico, o World Healthscience da BlackRock, e um fundo mais específico em biotecnologia, o Biotechnology Discovery da Franklin Templeton”.
Oportunidade no High yield
Do Banco BiG, por seu lado, Isabel Soares refere ainda algumas entradas nos fundos high yield, e justifica: “com o segmento high yield nos EUA, a ser penalizado pela sua alocação ao sector de energia que, por sua vez, foi prejudicado pelo movimento de queda dos preços do petróleo, os investidores começam a vislumbrar algumas oportunidades neste segmento”. Nomeando um caso concreto, a profissional fala dos inflows registados no fundo Neuberger Berman Short Duration High Yield Bond.
Mês curto... mas de muita "confusão"
Lembrando o importante contexto vivido no mês de fevereiro, João Graça, do ActivoBank, recorda que este “fica marcado pelas duras negociações entre a Grécia e as entidades internacionais com vista a um alargamento do empréstimo ao país”. Como consequência, o especialista diz que “estes dias de incerteza mexeram com os mercados numa fase inicial, mas rapidamente se percebeu que é do interesse de todos que as dificuldades se ultrapassem”. O profissional revela que durante este período vários investidores se posicionaram de forma a aproveitar “algumas oportunidades no segmento de obrigações com o arranque do QE do BCE no início de março, subscrevendo fundos como o UBS Yield ou o Parvest Bond Euro Government”.
No Banco Best, ao nível dos fundos mistos, Rui Castro Pacheco indica a presença do Nordea Stable Return - o mais subscrito em Fevereiro - “que gere a sua carteira com o objetivo de capturar parte da subida dos mercados acionistas, mantendo o foco do investimento em ativos que permitam a preservação do capital investido”. Fala ainda do Global Total Return “gerido pela MFS de forma flexível”, e que “tem mostrado um bom perfil de retorno/risco o que tem feito com que a sua procura o mantenha no TOP de subscrições”.
Velhas tendências
Quanto a geografias e sectores são assinaladas algumas tendências que não são novas. Do ActivoBank referem que “alguns investidores continuam a apostar em sectores como o Health Care ou áreas geográficas como a Indonésia ou a Índia pois acreditam no potencial de longo prazo, não esquecendo, claro, o impacto que a valorização do dolar terá nestes países”. Já do Banco Best, realçam as três principais categorias que aparecem no top: “as ações globais, com o Invesco Global Structured Equity”, “as ações europeias com o UBS European Opportunity Unconstrained” e as “ações americanas, com o Legg Mason ClearBridge US Aggressive Growth”. É ainda referida a preferência dos clientes da plataforma por um fundo que “que investe na Índia, gerido pela Goldman Sachs, e outro no Japão, gerido pela Pictet”.
Fundos estrangeiros mais subscritos nas plataformas em fevereiro
Best | ActivoBank | BiG | |
---|---|---|---|
1 |
Nordea-1 Stable Return Fund E EUR
|
UBS (Lux) SF Yield (EUR) N Acc | Fidelity Funds - Global Dividend Fund |
2 |
BlackRock Global Funds - World Healthscience E2 EUR
|
Parvest Bon Euro Government N | Neuberger Berman Short Dur. High Yld Bd |
3 |
MFS® Meridian Funds - Global Total Return Fund Class A1 EUR Acc
|
BNY Mellon Global Real Return A | JPMorgan Funds Global Bond Opportunitie |
4 |
Invesco Funds - Invesco Global Structured Equity Fund E
|
Fidelity Funds Indonesia A | Invesco Pan European Structured Equity |
5 |
UBS (Lux) Equity SICAV - European Opportunity Unconstrained (EUR) P-acc
|
MSS Euro Corporate Bond B | Jupiter Dynamic Bond Fund Dist |
6 |
Legg Mason ClearBridge US Aggressive Growth Fund Class A EUR Acc
|
UBS (Lux) SF Balanced (EUR) N Acc | Pioneer Fund Global Equity Target Income |
7 |
The Jupiter Global Fund - Jupiter Dynamic Bond Class L EUR Q Inc
|
Fidelity Funds Global Health Care E | Nordea 1 Stable Equity Long/Short |
8 |
Franklin Biotechnology Discovery N Acc $
|
Franklin India N | JPMorgan Europe Strategic Dividend |
9 |
Goldman Sachs India Equity Port E Acc
|
BNY Mellon Long-Term Global Equity A | Henderson H. Pan European Alpha |
10 |
Pictet-Japan Index-R JPY
|
Fidelity Funds America E | Deutsche Invest I Top Divid Premium Dist |