Apesar de dezembro contemplar as habituais festividades deste período do ano, para os mercados financeiros não foi um mês assim tão ‘festivo’.
Como recorda João Graça, do ActivoBank, “o derradeiro mês de 2015 ficará para sempre marcado como um mês de políticas monetárias”. Lembra que se por um lado “a Fed incrementou as taxas de juro em 25bp quebrando um período de cerca de 8 anos largamente acomodatício, por outro o ECB e o Bank of Japan decidiram incrementar os seus planos de “easing” aumentando o prazo ou alargando o espectro de investimento”. Com expectativas muito “próprias”, os mercados reagiram demonstrando que “esperavam uma ação mais determinada do BCE”.
Embora tenha sido um mês algo tumultuoso, ainda assim, as preferências dos investidores das plataformas nacionais que distribuem fundos de investimento estrangeiros, não se alteraram muito em dezembro. Isabel Soares, gestora de produto do BiG, dá provas disso mesmo: “as tendências observadas no decorrer do mês de novembro mantiveram-se relativamente inalteradas em dezembro. O final do ano não encerrou, por isso, grandes novidades no que diz respeito à procura por fundos de investimento”.
O apelo pela Europa fechou 2015
As três entidades consultadas neste habitual balanço do mês são unânimes no que toca à tendência que marcou dezembro: os investidores continuaram em busca das bolsas da Europa. “Nas ações, a preferência continua a ser por fundos que investem em ações europeias, com o Jupiter European Growth a tomar a liderança”, começa por descrever nesse sentido Rui Castro Pacheco, head of asset management do Banco Best. O profissional declara também que o “O Opportunity Unconstrained gerido pela UBS aparece logo de seguida, aparecendo posteriormente dois fundos que se especializam em ações de pequena e média dimensão, um deles gerido pela MFS e o outro pela JPMorgan”.
Igualmente, do ActivoBank, João Graça, indica que “este mês, voltamos a observar o posicionamento dos investidores em fundos de investimento muito ligados à Europa que consideram ser a área com maior potencial nesta altura”. Referindo-se também à componente acionista, do BiG, a profissional salienta de igual forma que dos 10 fundos mais subscritos, 5 são produtos com exposição ao segmento acionista, verificando-se que “os investidores parecem continuar a privilegiar posicionamentos com enfoque geográfico na região Europeia”.
Fundos mistos: a “arma” na mão para 2016?
Os fundos mistos, que na Europa têm feito sucesso desde 2014, voltaram a estar na calha na lista de dezembro de mais subscritos. Do Best, por exemplo, é assinalado que “dentro do risco médio”, encontram-se dois fundos mistos, que “já não são novidade”. Falam do “Nordea Stable Return que privilegia a preservação de capital” e do “MFS Global Total Return que apresenta um perfil interessante de retorno/risco”. No caso do BiG, Isabel Soares assinala que em dezembro foi evidente a “maior procura por fundos mistos”. A profissional considera mesmo que no novo ano estes produtos poderão ter ainda mais sucesso. “O facto de 2016 se assumir como um ano desafiante em termos de procura por retorno e com níveis de volatilidade potencialmente elevados poderá voltar a favorecer os inflows registados nestes fundos”, indica. Caraterísticas como “o balanceamento dos riscos e o grau de diversificação destes produtos por via de um maior universo de investimento poderão favorecer este tipo de estruturas”. Neste universo, em dezembro, estiveram em destaque (já pela elevada procura) “nomes como Fidelity Global Multi Asset Income ou Fidelity Euro Balanced”.
Tendências gerais
Na fotografia geral do mês no Banco Best, Rui Castro Pacheco referiu ainda que a volatilidade de dezembro não travou os investidores de tomarem risco. Isto porque continuaram a registar “uma maior preferência por fundos com risco médio a alto, registando apenas 1 fundo de obrigações no TOP 10, que foi o já conhecido Jupiter Dynamic Bond.”. No campo da dívida as alterações no BiG também não foram substanciais. “O fundo PIMCO Global Investors Income Fund continua em destaque sendo privilegiado pelos investidores pela sua abordagem oportunística e flexibilidade conferida por um universo de investimento que abrange diferentes compartimentos do segmento de rendimento fixo)”, sintetiza Isabel Soares.
Outro dos temas de enfoque na lista de mais subscritos do BiG, prendeu-se com a alocação a fundos mais flexíveis. “Continuam também a ser favorecidos fundos que incorporem a possibilidade de assumir posições de valor relativo (permitindo o ajustamento da exposição efectiva ao mercado), tais como Schroder European Equity Alpha ou o Henderson Pan European Alpha”, relata Isabel Soares.
Embora já salientados os principais fundos de ações em voga no mês, há que falar de outras opções bolsistas. Rui Castro Pacheco refere que o top ficou completo “por um fundo de ações globais, o Invesco Global Structured Equity, e dois temáticos”. Estes últimos são: “o World Healthcare especialista em ações de empresas do setor da saúde, gerido pela BlackRock, e o Natural Resources especialista em ações de empresas ligadas aos recursos naturais, gerido pela Franklin Templeton”. No caso do BiG os fundos de ações ficaram representados por dois fundos small caps “com enfoque, em termos de universo de investimento, em ações de pequenas empresas em termos de capitalização bolsista”. Isabel Soares alerta que “a representatividade de fundos com estas características constitui uma das principais novidades relativamente às tendências do período anterior e é consubstanciada pelos inflows observados nos fundos Threadneedle IF European Smaller Companies e Henderson Horizon Japanese Smaller Companies”.
Fundos estrangeiros mais subscritos nas plataformas em dezembro
|
BiG |
Best |
ActivoBank |
1 |
Schroders ISF European Equity Alpha
|
The Jupiter Global Fund - Jupiter European Growth Class L EUR Acc
|
UBS (Lux) SF Equity (EUR) N Acc |
2 |
PIMCO Global Investors Income Fund |
UBS (Lux) Equity SICAV - European Opportunity Unconstrained (EUR) P-acc |
UBS (Lux) SF Balanced (EUR) N Acc |
3 |
Invesco Funds - Euro Corporate Bond Fund |
Nordea-1 Stable Return Fund E EUR |
SISF Euro Equity B |
4 |
Henderson H PanEuropean Alpha
|
MFS® Meridian Funds - European Smaller Companies Fund Class A1 EUR Acc |
Amundi F Index Equity Euro AE |
5 |
Fidelity Global Multi Asset Income Dist
|
MFS® Meridian Funds - Global Total Return Fund Class A1 EUR Acc |
Invesco Pan European Small Cap EQ Fund E |
6 |
Threadneedle IF European Smaller Comp. F |
BlackRock Global Funds - World Healthscience Fund E2 USD EUR |
Fidelity F Global Technology E |
7 |
Jupiter European Growth |
Invesco Funds - Invesco Global Structured Equity Fund E |
MSS European Property B |
8 |
Invesco Euro Bond
|
The Jupiter Global Fund - Jupiter Dynamic Bond Class L EUR Q Inc |
BNY Mellon Global Real Return A |
9 |
Fidelity Euro Balanced Dist |
Franklin Natural Resources Fund N(acc)EUR |
BNY Melln Small Cap Euroland Fund A |
10 |
Henderson H Japanese Smaller Comp |
JPMorgan Funds - Europe Dynamic Small Cap D (acc) (perf) – EUR |
Fidelity F Fidelity Target TM 2025 Eur A |