Diversificação e alocação do risco: o segredo do Amundi Funds Global Bond Aggregate

Alexandre Lefebvre
Cedida

A visão da Amundi relativamente ao momento atual e futuro da economia global, revelado por Didier Borowski à Funds People, reflete-se na forma como a entidade gere o universo de fixed income. O produto que melhor reflete estas ideias é, segundo Alexandre Lefebvre, product specialist da entidade, o Amundi Funds Global Aggregate, um fundo classificado como Blockbuster Funds People, lançado há mais de dez anos e que, atualmente, gere um património superior a 6 mil milhões de dólares.

 “Esta é uma solução neutral e sem restrições, podendo investir em qualquer segmento do universo de fixed income”, começa por descrever Alexandre Lefebvre. Tem como objetivo alcançar um retorno absoluto positivo de forma consistente, com um nível de volatilidade reduzido e baixa correlação com os mercados tradicionais. O processo para cumprir com este objetivo, segundo o especialista, tem por base um dos índices de obrigações mais extensos – o Barclays Global Aggregate USD Hedged –, ao qual podem “acrescentar risco, através dos segmentos high yield (com limites estabelecidos pelo prospecto), obrigações indexadas à taxa de inflação e, ainda, mercados emergentes”, revela. Outro dos elementos essenciais para diversificar as fontes de performance é a gestão ativa de divisas: “Para além de utilizarmos um índice de referência com cobertura cambial, assumimos uma gestão ativa de divisas”, explica Alexandre Lefebvre.

Diversificar o risco

Para beneficiarem de várias fontes de performance, aquilo que procuram é a diversificação do risco em detrimento da sua acumulação. Como? “Procuramos alocar o risco, ou seja, gerimos o nosso universo de investimento e o nosso índice de referência com um orçamento de risco, expresso em termos de ‘extended tracking error’, cujo limite é de 4,5%”, começa por dizer. O passo seguinte consiste, assim, na “implementação deste tracking error alinhado entre obrigações soberanas ou duration, crédito ou spreads e divisas” de forma a diversificar as fontes de alfa. Outro dos benefícios que a gestão ativa de divisas possibilita, de acordo com o especialista, é que “qualquer ponto base de performance que obtenhamos através destas será tanto absoluto como relativo”.

A emissão de obrigações por parte da Petrobras é um dos exemplos da diversificação de risco e da gestão cambial ativa levada a cabo na entidade: “A Petrobras emitiu uma obrigação em libras com uma duration de sete anos, mas não estávamos positivos nesta divisa. Quando negociamos uma obrigação que não é denominada em dólares, cobrimos o risco de divisa. E, uma vez que não queríamos estar sobreponderados em libras e expostos à duration do Reino Unido, cobrimos tanto o risco de duration, como de divisa, mantendo a componente da obrigação que nos interessava, que era a capacidade de compressão do spread da Petrobras, e obtivemos 5% de yield, mas denominada em dólares”, justifica o especialista.

Construção do portefólio e oportunidades

No que diz respeito à composição da carteira, esta apresenta uma classificação creditícia média de A-, com uma duration em torno dos 2,5 anos. Encontram-se sobreponderados em obrigações corporativas e emergentes e subponderados em obrigações soberanas core, ainda que com algumas exceções, como é o caso da Europa periférica: “Estamos subponderados em títulos alemães e sobreponderados em títulos espanhóis, o que é um exemplo do relative value que procuramos aplicar”, exemplifica Alexandre Lefebvre.

Assim, as obrigações corporativas e dos mercados emergentes são os segmentos onde consideram existir mais oportunidades. Apesar de privilegiar o universo de investment grade, o fundo tem a capacidade de deter exposição a high yield. “Cerca de metade da exposição ao segmento high yield do fundo provém de dívida subordinada do sector financeiro. Esta oferece, ainda, um preço ajustado ao risco bastante interessante, sendo que a preponderância é 50/50 entre os Estados Unidos e a Europa”, refere.