Dívida corporativa ganha preponderância nos fundos de pensões do Banco de Portugal

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nmorao, Flickr Creative Commons

A Sociedade Gestora dos Fundos de Pensões do Banco de Portugal, entidade responsável pela gestão dos fundos de pensões do regulador do sector bancário em Portugal, apresentava no final de 2018, um montante sob gestão 1,94 mil milhões de euros. Este montante correspondia em 98,7% à gestão do fundo de benefício definido e o restante ao plano de contribuição definida. A entidade gere também uma carteira de ativos própria com um valor próximo dos três milhões de euros.

A entidade destaca no seu relatório e contas referente ao exercício de 2018 que, entre as diversas atividades desenvolvidas no ano concluiu diversos projetos que vieram preencher oportunidades de melhoria e mitigar riscos  financeiros e operacionais. Destaca-se nestes projetos, a realização de um conjunto de estudos com vista à idenficação e análise de instrumentos alternativos de investimento. Destaca-se também a “implementação de um modelo de gestão de ativos imobiliários com reforço da segregação das funções de front office, de definição de estratégias de investimento, de modelização de planos de negócio, de avaliação de performance e controlo de riscos, de gestão dos sistemas de pagamentos e de contabilidade”.

A nível regulatório, a entidade gestora de fundos de pensões destaca “a implementação de novos procedimentos no âmbito da prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo”, a “atualização da informação a disponibilizar às contrapartes no quadro da Diretiva relativa aos mercados de instrumentos Financeiros (DmiF ii)” e os “trabalhos desenvolvidos no sentido da adaptação ao Regulamento 2016/679 do Parlamento europeu e do Conselho, relativo ao tratamento de dados pessoais”.

Dívida privada ganha protagonismo

A 31 de dezembro de 2018 a carteira encontrava-se investida principalmente em dívida pública (65%), dívida supranacional e paragovernamental (12,9%), dívida corporativa (19,1%) e uma posição residual em fundos de investimento em ações (1,8%) e liquidez (1,2%).

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Entre as alterações destacadas pela entidade ao longo do exercício realce para um aumento significativo – na ordem dos 7,2 pontos percentuais (pp) – da exposição a dívida corporativa.  Esta aconteceu com o sacrifício da exposição a dívida pública (-3,3 pp), a dívida supranacional e paragovernamental (-1,3 pp), a fundos de invesmento em ações (-1,7 pp) e a liquidez (-0,9 pp).

No ano, a carteira de ativos da sociedade gestora apresentou uma rentabilidade de -0,9% "em função do desempenho negativo das componentes de dívida e de fundos de investimento em ações".

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Resultados 

Os proveitos decorrentes da prestação de serviços, no valor 2,8 milhões de euros, registaram um acréscimo de 55 mil euros (+2,0%) face a 2017, "em resultado do aumento da comissão de gestão paga pelo Associado". 

Os resultados líquidos e os capitais próprios registaram uma evolução positiva, tendo-se situado em 58.56 mil euros e 3,42 milhões de euros respetivamente.

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