Os ativos sob gestão do segmento derraparam em setembro, e poucas foram as entidades com variações positivas. Desde o início do ano e a doze meses o "caso muda de figura".
Embora os últimos dados da APFIPP referentes ao segmento de gestão de patrimónios ainda não reflitam a forte correção de mercado sentida em outubro, as informações referentes a setembro mostram um ajuste nos ativos sob gestão desta área de negócio, que é como quem diz um decréscimo nos ativos geridos.
O fecho do terceiro trimestre do ano trouxe, segundo os dados da Associação (que faz uma cobertura de 90,2% do valor total da gestão individual de ativos em Portugal), uma queda de 0,7% nos montantes geridos pelas entidades gestoras de patrimónios em Portugal. O valor das carteiras sob gestão fixou-se portanto nos 57.860 milhões de euros em setembro.
Estendendo o prazo de análise para os últimos 12 meses ou olhando para o início do ano, a situação é bem mais risonha para a gestão discricionária. Considerado o período de um ano, a gestão de patrimónios alcança um crescimento dos seus montantes sob gestão de 1,8%, enquanto que, desde o início do ano, embora mais modesto, o crescimento também vai além de 1%.
Duas entidades em destaque
Pode dizer-se que setembro pintou a vermelho grande parte das gestoras de patrimónios no que à variação mensal de património diz respeito, como visível na tabela abaixo.

Fonte: APFIPP, 30 de setembro
As exceções devem ser feitas à Dunas Capital e à Santander Asset Management. Em termos percentuais, estas foram as duas entidades que conseguiram crescer no mês, 2% e 0,4%, respetivamente. A Dunas Capital alcançou um crescimento de 0,3 milhões de euros no período, chegando ao final de setembro com 15,9 milhões de euros de montante gerido. A Santander Asset Management, por seu turno, foi a gestora em destaque em termos absolutos: cresceu 17,1 milhões de euros, e terminou setembro a ultrapassar a fasquia dos 4.530 milhões de euros de montante gerido.
Também desde o início do ano é à Dunas Capital que pertence o destaque em termos percentuais: um crescimento de 27,5%, correspondente a 3,4 milhões de euros. Em termos absolutos é a gestora com maior quota de mercado nacional – a Caixagest – que arrecada o maior incremento desde que 2018 teve início. A APFIPP reporta mais 859,9 milhões de euros alocados à entidade desde final de dezembro. No final de setembro a Caixagest geria 22.674 milhões de euros, o que lhe valia uma quota de mercado de 39,2%.