Portugal foi aos mercados esta quarta-feira, conseguindo financiar-se a taxas mais baixas do que no último leilão. Filipe Silva, do Banco Carregosa, salienta que o impacto grego foi nulo.
Esta quarta-feira o IGCP voltou ao mercado para colocar 1.785 milhões de euros em dívida de curto prazo, com títulos a seis e doze meses, conseguindo assim ultrapassar os 1,5 mil milhões de euros de montante máximo previsto.
Na maturidade mais curta – seis meses – o Tesouro emitiu 650 milhões de euros a uma taxa de 0,014%, tendo sido a procura o dobro da oferta. No caso do leilão de bilhetes do tesouro a 12 meses, o Institutlo liderado por Cristina Casalinho colocou 1.135 milhões de euros a uma taxa de 0,088%, com a procura a ser também duas vezes superior à oferta.
Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa comenta que “as taxas melhoraram em ambos os prazos, e aproximam-se cada vez mais de zero. Se em Junho tínhamos tido uma taxa de 0,044% para dívida de 3 meses, ter agora 0,014% para 6 meses é uma descida considerável. Há um mês o Estado tinha-se endividado a 11 meses com um juro de 0,159% e hoje, a 12 meses, conseguiu uma taxa melhor, que não chega a 0,10%”.
Relativamente às possíveis repercussões que os acontecimentos na Grécia poderiam ter no leilão, o profissional salienta que “não tiveram impacto, tal como era esperado”. “Se tivesse havido algum efeito, as taxas longas já teriam disparado”, resume. “O facto de o Estado ter aumentado o montante da dívida é sinal que estará a aproveitar para fazer rollover da dívida a taxas próximas de zero e a aproveitar esta oportunidade antes das férias da maioria dos investidores, altura em que há menos liquidez disponível”, conclui.