E do 'velho' se faz novo

Estamos, diria eu, numa época de 'back to basics'... gostamos do que é 'velho' e virou novo, simplesmente recuperado ou transformado, do 'vintage', do 'retro', regressámos ao vinil, a padrões e modelos (ok, é a única vez que me refiro a trapos) que vestiam as nossas mães (ou pais), suspiramos pelas Vespa versão original e pelos carros clássicos, numa época em que o passado parece cada vez mais inspirador.

E serve este "wrap up" todo para falar de... cinema. Nos últimos meses regressaram às salas portuguesas três cópias digitais - se não me falha a memória - de clássicos incontornáveis, dois deles de Hitchcock, "Vertigo" e "Psycho", e um de Luchino Visconti, "Il Gattopardo".

A indústria cinematográfica, numa fase de transformação, voltou a olhar para as personagens, realizadores e argumentos, que conquistaram "eternidade". E o "elenco" de cópias restauradas tem vindo a aumentar, encontrando-se entre elas "La Dolce Vita", de Federico Fellini, e “Laranja Mecânica”, de Stanley Kubrick.

Em Portugal estreia hoje, em digital, um dos filmes marcantes da década de 1970, "Taxi Driver", de Martin Scorcese, 'thriller' psicológico de 1976, que tem nos principais papéis Robert de Niro e Jodie Foster. Segue-se "Lawrence da Arábia", um épico de 1962, realizado por David Lean. E mais deverão seguir-se.

E lembrar que ainda há poucos anos se discutia se a grande aposta de futuro no cinema não era o 3D, que espaço teriam os restantes filmes, como se reposicionaria a indústria... O que diria um "qualquer" taxista em 76, de nome... sei lá... Travis Bickle, se ouvisse esta conversa? Oh... "You talkin' to me? You talkin' to me?"