É hora de shortar o S&P 500? Soros duplica a sua aposta curta

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Copyright by World Economic Forum. swiss-image.ch/Photo by Sebastian Derungs.

O S&P 500 tem aproveitado o verão para renovar os seus máximos de todos os tempos. Tendo em conta a escassa capacidade das empresas norte-americanas para continuar a fazer crescer os seus lucros (excluindo a engenharia financeira efetuada via recompra de ações), muitos investidores começaram a questionar-se se o índice mais representativo da economia americana não terá entrado numa fase de euforia. Neste sentido, o último movimento de guru George Soros não podia ser mais revelador, visto que comunicou recentemente à SEC (o órgão regulador do mercado norte-americano) que tem dobrado a sua aposta curta sobre o S&P 500, segundo informa o Wall Street Journal.

A manobra canalizou-se através do Soros Fund Management, o hedge fund que se encarrega de gerir a fortuna da família Soros. O investidor e filantropo informou sobre a compra de cerca de quase quatro milhões de ações (face aos 2,1 milhões que declarou a 31 de março) em opções put a 30 de junho, sobre o fundo cotado SPDR S&P 500 ETF, que é um dos veículos mais populares a nível mundial para replicar este índice. Apesar deste movimento, a posição sobre o ETF continua a ser a de maior valor da carteira do hedge fund.

Paralelamente, o fundo de Soros cortou drasticamente a sua exposição ao ouro, outro movimento que se pode considerar revelador dada a escalada do metal amarelo ao longo do ano. Concretamente, assinala-se a notificação da venda das posições sobre a Barrick Gold (o maior produtor de ouro do mundo), e a mineira Silver Wheaton, adquiridas durante o primeiro trimestre, e a redução da posição sobre um ETF que também replica o comportamento da commodity. O famoso jornal interpreta estes movimentos como um posicionamento táctico por parte do guru de forma a proteger os seus investimentos de uma evenntual explosão de outra crise, como fez em 2007, altura em que foi um dos primeiros a antecipar a crise financeira.

Soros também cortou a sua exposição a outras matérias primas: no segundo trimestre vendeu a sua posição na Schlumberger, a empresa de serviços petrolíferos de maior capitalização do mundo. Por outro lado, adquiriu uma participação de dois milhões de ações num valor distressed, a C&J Energy Services, que se declarou em bancarrota. Na parte das aquisições, o guru optou por expandir a sua exposição à China e adquiriu uma posição (na verdade a sua segunda maior posição por valor) na empresa de meios de comunicação Liberty Broadband.

A informação sobre as posições foi detalhada no relatório 13F, um requisito legal com carácter trimestral para os investidores em terreno norte-americano, com mais de 100 milhões de dólares em ativos sob gestão.