A propósito das eleições parlamentares do próximo dia 22 de setembro, o DeAWM analisou as propostas de sete partidos políticos na Alemanha.
O Deutsche Asset & Wealth Management (DeAWM) elaborou um relatório executivo onde foram avaliadas seis coligações possíveis entre os partidos CDU/CSU, FDP, SPD, Bündnis 90/Die Grünen (os Verdes) e Die Linke. Além disso avaliou a repercussão que cada um dos diferentes cenários de coligação teria nos domínios da política, negócios e finanças.
Tendo em conta os resultados das sondagens e o programa político dos partidos, os dois cenários mais prováveis seriam a atual coligação governamental da CDU/CSU com o FDP ou uma coligação nova entre a CDU/CSU e o SPD. Se forem considerados os programas eleitorais, afigura-se igualmente possível uma coligação entre o SPD e a Bündnis 90/Die Grünen. Com efeito, a ter apenas em conta os programas eleitorais também seria plausível uma coligação entre o SPD, a Bündnis 90/Die Grünen e o Die Linke. Porém, os partidos SPD e os Verdes já descartaram qualquer hipótese de coligação com a esquerda.
Qual o impacto das diferentes coligações tanto no crescimento económico como nos mercados de obrigações e de ações?
O último relatório do FMI sobre a Alemanha é claramente positivo. Elogiam-se, em particular, a boa posição dos dados macroeconómicos e a estabilidade do sistema financeiro. Simultaneamente, o FMI acolheu com agrado os planos do Governo alemão de incrementar os níveis dos salários reais através de benefícios fiscais.
Se a atual coligação entre a CDU/CSU e o FDP se mantiver no próximo mandato legislativo, é de prever um impacto positivo no crescimento. De acordo com a análise regressiva do DeAWM, os planos fiscais desta coligação serviriam para estimular o consumo. Se a CDU/CSU e o FDP implementassem o seu plano de impostos imediatamente, seria de esperar que o crescimento real fizesse aumentar o consumo de 0,83 para 1,56 pontos percentuais. Se, pelo contrário, fossem executados os planos fiscais do SPD e da Bündnis 90/Die Grünen, o consumo privado poderia diminuir. Como tal, estes planos teriam um contributo menos positivo para o crescimento real.
O crescimento a longo prazo da economia e as taxas de juro antecipadas para os próximos anos são fatores chave que influenciam as taxas de juro oferecidas pelas obrigações do estado federal assim como o valor do euro em termos cambiais. Uma coligação entre a CDU/CSU e o FDP sugere um desenvolvimento estável relativo das obrigações alemãs e poucas variações nas taxas de juro. É provável que o resultado destas eleições tenha um impacto reduzido na taxa de câmbio do euro.
Mesmo com a grande coligação entre a CDU/CSU e o SPD, não se esperam repercussões de relevo nas taxas de juro das obrigações federais. No entanto, a situação seria diferente no caso de uma coligação entre o SPD e a Bündnis 90/Die Grünen. Os planos fiscais de ambos os partidos poderiam deprimir o crescimento económico, pelo menos no curto prazo. Um crescimento débil iria diminuir as rendibilidades oferecidas pelas obrigações federais. Por outro lado, seria de esperar que uma tal coligação evidenciasse uma maior abertura no que respeita a uma responsabilidade solidária em relação à dívida dos países periféricos, o que poderia fazer aumentar as rendibilidades.
Embora o resultado das eleições possa ter influência no crescimento económico da Alemanha e da zona euro, o impacto nos mercados de ações seria limitado. Muitas empresas cotadas operam a nível internacional e as participações acionistas nos grandes grupos empresariais estão distribuídas globalmente.