Em nova emissão de dívida de longo-prazo as taxas mantêm-se próximas de mínimos

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Créditos: Sinval Carvalho (Unsplash)

Portugal foi esta quarta-feiras aos mercados emitir 1.000 milhões de euros de dívida de longo prazo. Este total repartiu-se em 686 milhões em obrigações do tesouro a 10 anos e os restantes 314 milhões, em obrigações do tesouro a 16 anos. Face aos últimos leilões comparáveis, no leilão a 10 anos tivemos uma descida na taxa de 0,397% para os 0,314% e no leilão a 16 anos tivemos uma subida na taxa de 0,609% para os 0,622%.

Para Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa, "o resultado de ambos os leilões, mostram que o prémio de risco de Portugal continua a ser apenas impactado pelo movimento das dívidas soberanas europeias". Como destaca o profissional, o facto de Banco Central Europeu ter iniciado o processo de abrandamento de compras no programa de compras de emergência pandémica, levou numa fase inicial a uma subida de yields, mas entretanto, essa subida parece ter estabilizado.

"Esperam-se taxas mais elevadas para 2022, mas tal irá depender da atuação do BCE, bem como do desempenho das economias. A inflação tem criado uma pressão extra sobre os bancos centrais, uma vez que está a ser mais prolongada do que o que inicialmente se esperava".

Da J.P. Morgan AM comentavam recentemente que continuam a considerar que o fenómeno atual de inflação elevada é transitório. Com efeito, nas perspetivas que apresentam, o ritmo de crescimento dos preços irá abrandar a partir de agora, mas ainda acreditam que permanecerá em níveis próximos ou acima de 2%. “Este ciclo económico será provavelmente caracterizado por uma inflação mais elevada do que no anterior”, prevê Elena Domecq.

Vê-se assim, no curto prazo, manter-se o contexto de taxas de juro extremamente baixas, contexto esse em que António Luna Vaz, diretor executivo do Private Banking do Banco BPI, em entrevista à FundsPeople, alertava para "as limitações de uma carteira composta apenas pelas classes de ativos tradicionais".

O profissional apontava para a necessidade de procurar novas fontes de diversificação, "adicionando às carteiras ativos que potencialmente proporcionem rendimentos atrativos e cada vez mais descorrelacionados, permitindo enfrentar momentos de maior volatilidade em ambientes de subida de taxas de juro, em que a componente obrigacionista não oferece a sua habitual proteção".